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14.6.09
Grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagra 39 pessoas em condições degradantes de trabalho. Fiscais flagraram ainda 15 crianças e adolescentes no corte de cebola em vila próxima a Irati (PR)

No caminho para mais uma ação na área rural do Paraná, o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) avistou um grupo de pessoas trabalhando na colheita de cebola, em Caratuva II, vila que fica a cerca de 15 km de Irati (PR).
Os fiscais decidiram parar e encontraram duas crianças de 3 e 5 anos de idade e mais 13 adolescentes (com idades entre 12 e 18 anos) trabalhando no corte de cebola. Todos estavam acompanhados dos pais. "Como nós sabíamos que são comuns irregularidades trabalhistas nessa atividade, decidimos parar", conta Guilherme Moreira, auditor fiscal que coordenou a ação. A propriedade pertence a Claudinei Fernandes de Oliveira.
Diante do quadro, a fiscalização decidiu chamar o conselho tutelar do município para tomar as medidas necessárias e prestar assistência às famílias. "Só autuar o proprietário não é suficiente. Quando virássemos as costas, as famílias voltariam a trabalhar com seus filhos. As mães não entendem. Muitas acham melhor que o filho trabalhe. No caso de trabalho infantil é preciso uma ação mais ampla, que dê assistência às famílias", relata Guilherme. A fiscalização se deu entre os dias 25 e 27 de novembro.
Os conselheiros tutelares foram até a propriedade e entrevistaram todas as famílias, que depois foram convocadas para uma reunião. "Precisávamos fazer um levantamento para saber por que as famílias mantinham seus filhos no trabalho e depois pensar uma ação de combate ao trabalho infantil", explica Ademir Carneiro, presidente do Conselho Tutelar de Irati.
De acordo com Ademir, os pais alegaram ter começado a trabalhar desde os 12 anos e não entendem porque agora é proibido. "O trabalho infantil é muito difícil de combater porque as pessoas não compreendem. Não adianta só apagar incêndios (referindo-se as fiscalizações). É preciso prevenir. E isso é possível com informação e estrutura para as famílias". Outro problema apontado pelas pais das crianças é a falta de creches públicas.
A colheita de cebola dura, em média, dois dias e é feita com uma faca pequena. "Quando chegamos era o primeiro dia de trabalho e eles provavelmente terminariam no mesmo dia", detalha o auditor fiscal Guilherme. Nesse caso, o pouco tempo complica a questão da assinatura da carteira.
Ele sugere que esses pequenos produtores formem condomínios, para que possam contratar empregados com carteira assinada, dividir os encargos trabalhistas e pagar de acordo com a utilização da mão-de-obra. "Há exemplos de lugares onde isso funciona. Nas cooperativas, ficou comprovado que há fraudes. O condomínio é uma possibilidade legal, que garante os direitos dos trabalhadores sem pesar para o pequeno produtor".

Balsa de extração
A primeira fiscalização, dessa série de ações do grupo móvel no Paraná, se deu entre 19 e 20 de novembro e foi motivada por uma denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A fiscalização na balsa de extração de diamantes da empresa Mineradora Tibagiana Ltda, no leito do Rio Tibagi, em Telêmaco Borba (PR), flagrou irregularidades na área de saúde e segurança do trabalho. Um mergulhador, por exemplo, utilizava uma mangueira de botijão de gás de cozinha para receber oxigênio quando mergulhava.
Os empregados não tinham registro na carteira de trabalho e moravam na própria balsa, que não tinha instalações sanitárias, nem local apropriado para as refeições. Os alimentos ficavam expostos sem nenhum tipo de proteção. As instalações elétricas também não atendiam à legislação. Os fiscais interditaram as máquinas e equipamentos (como vasos de pressão) e o trabalho foi suspenso.
"O proprietário da empresa registrou a CTPS [Carteira de Trabalho e Previdência Social] dos trabalhadores e está em processo de adequação às normas de segurança e saúde no trabalho estabelecidas pelo grupo móvel para poder voltar as atividades", conta Guilherme Moreira.
Reflorestamento

Os empreendiementos de reflorestamento de pinus, em Irati (PR), eram os principais alvos do grupo móvel. Quatro madeireiras foram fiscalizadas. Três delas exploravam trabalhadores em condições degradantes. No total, 39 pessoas foram resgatadas.
Sete empregados foram resgatados da Fazenda São Francisco, do grupo F. V. Araújo. Eles dormiam em dois alojamentos de madeira totalmente irregulares, sem instalações elétricas e sanitárias. "O barraco era cheio de buracos e os trabalhadores dormiam lá de segunda a sexta", conta Guilherme Moreira. O grupo comia no chão, sem nenhuma proteção contra intempéries. O empregador não fornecia Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completos; apenas alguns itens eram oferecidos.
Os funcionários também não tinham acesso à água potável nas frentes de trabalho. A água de um córrego era utilizada tanto para beber quando para tomar banho. Foram lavrados 20 autos de infração e o valor das verbas rescisórias foi de R$ 41 mil. A Repórter Brasil entrou em contato com a empresa para ouvir algum representante mas não obteve retorno.
O grupo fiscal seguiu para as Fazendas Boa Vista e Pinho, do grupo Agostinho Zarpellon & Filhos. Os 22 funcionários não ficavam alojados nas propriedades, mas também estavam submetidos a condições degradantes. A saúde e segurança não eram respeitadas, os fiscais flagraram um funcionário aplicando agrotóxicos sem roupas especiais nem EPIs. Foram lavrados 13 autos de infração e as verbas rescisórias ultrapassaram R$ 104 mil. A Repórter Brasil tentou entrevistar Miguel Zarpellon, mas ele não atendeu as ligações.
A pior situação, segundo o auditor fiscal Guilherme Moreira, foi a encontrada na Fazenda Mariti, de propriedade de Orlando Corevar.
Das dez pessoas resgatadas, três dormiam num abrigo chamado de gaiota (na carroceria de uma carreta, coberta com uma lona).Outros três funcionários se alojavam num barraco de madeira, sem as mínimas condições de higiene e saúde. Não havia camas, os colchões ficavam no chão. O restante do grupo dormia em outro barraco, também sem condições exigidas pela legislação, mas que o auditor fiscal considerou "melhor que os outros". Os barracos tinham fogões e botijões de gás, o que não é permitido. A água que os empregados consumiam vinha de uma caixa d´água aberta, e era muito escura. "Trabalho em condições degradantes há onde tem empregador que não respeita a legislação trabalhista. Não é uma questão regional. Muitos dizem que no Sul não há problemas como no Pará. Eu vi situações, como a do alojamento gaiota, que não havia visto em fiscalizações no Norte do país", declara Guilherme, coordenador da operação do grupo móvel.
Terceirização ilegalComposto por oito auditores fiscais, cinco integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo procurado Luercy Lino Lopes, do Ministério Público do Trabalho (MPT), o grupo móvel concluiu que nas propriedades não havia o aliciamento típico, que conta com a figura do "gato" (aliciador de mão-de-obra), mas sim a terceirização ilegal. "Verificamos que as empresas que terceirizam não têm a inidoneidade econômico-financeira, elas são abertas só para repassar a mão-de-obra", explica o auditor Guilherme. Esse é o caso das empresas Prestadora de Serviços Santos e Conrado Ltda, Prestadora de Serviços Santa Joana Ltda e Pedro Cordeiro de Jesus, cujo capital totalizam R$ 11 mil, montante insuficiente para cumprir as obrigações trabalhistas dos mais de 50 trabalhadores contratados. Guilherme explica ainda que havia exclusividade da prestação de serviços da Santos e Conrado Ltda para a empresa F. V. Araújo. Os proprietários Nicolau Conrado e Pedro Cordeiro de Jesus trabalhavam junto com os demais empregados, com cargos de chefes de turmas. A lei só permite a terceirização, desde que não seja dentro da atividade-fim da empresa e que não sirva apenas para reduzir os custos trabalhistas e debilitar as relações de trabalho. "A terceirização encontrada na região é apenas uma maneira de tentar tirar a responsabilidade do verdadeiro e único empregador: a madeireira".
Bianca Pyl
Repórter Brasil
link do postPor anjoseguerreiros, às 10:17  comentar

Grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagra 39 pessoas em condições degradantes de trabalho. Fiscais flagraram ainda 15 crianças e adolescentes no corte de cebola em vila próxima a Irati (PR)

No caminho para mais uma ação na área rural do Paraná, o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) avistou um grupo de pessoas trabalhando na colheita de cebola, em Caratuva II, vila que fica a cerca de 15 km de Irati (PR).
Os fiscais decidiram parar e encontraram duas crianças de 3 e 5 anos de idade e mais 13 adolescentes (com idades entre 12 e 18 anos) trabalhando no corte de cebola. Todos estavam acompanhados dos pais. "Como nós sabíamos que são comuns irregularidades trabalhistas nessa atividade, decidimos parar", conta Guilherme Moreira, auditor fiscal que coordenou a ação. A propriedade pertence a Claudinei Fernandes de Oliveira.
Diante do quadro, a fiscalização decidiu chamar o conselho tutelar do município para tomar as medidas necessárias e prestar assistência às famílias. "Só autuar o proprietário não é suficiente. Quando virássemos as costas, as famílias voltariam a trabalhar com seus filhos. As mães não entendem. Muitas acham melhor que o filho trabalhe. No caso de trabalho infantil é preciso uma ação mais ampla, que dê assistência às famílias", relata Guilherme. A fiscalização se deu entre os dias 25 e 27 de novembro.
Os conselheiros tutelares foram até a propriedade e entrevistaram todas as famílias, que depois foram convocadas para uma reunião. "Precisávamos fazer um levantamento para saber por que as famílias mantinham seus filhos no trabalho e depois pensar uma ação de combate ao trabalho infantil", explica Ademir Carneiro, presidente do Conselho Tutelar de Irati.
De acordo com Ademir, os pais alegaram ter começado a trabalhar desde os 12 anos e não entendem porque agora é proibido. "O trabalho infantil é muito difícil de combater porque as pessoas não compreendem. Não adianta só apagar incêndios (referindo-se as fiscalizações). É preciso prevenir. E isso é possível com informação e estrutura para as famílias". Outro problema apontado pelas pais das crianças é a falta de creches públicas.
A colheita de cebola dura, em média, dois dias e é feita com uma faca pequena. "Quando chegamos era o primeiro dia de trabalho e eles provavelmente terminariam no mesmo dia", detalha o auditor fiscal Guilherme. Nesse caso, o pouco tempo complica a questão da assinatura da carteira.
Ele sugere que esses pequenos produtores formem condomínios, para que possam contratar empregados com carteira assinada, dividir os encargos trabalhistas e pagar de acordo com a utilização da mão-de-obra. "Há exemplos de lugares onde isso funciona. Nas cooperativas, ficou comprovado que há fraudes. O condomínio é uma possibilidade legal, que garante os direitos dos trabalhadores sem pesar para o pequeno produtor".

Balsa de extração
A primeira fiscalização, dessa série de ações do grupo móvel no Paraná, se deu entre 19 e 20 de novembro e foi motivada por uma denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A fiscalização na balsa de extração de diamantes da empresa Mineradora Tibagiana Ltda, no leito do Rio Tibagi, em Telêmaco Borba (PR), flagrou irregularidades na área de saúde e segurança do trabalho. Um mergulhador, por exemplo, utilizava uma mangueira de botijão de gás de cozinha para receber oxigênio quando mergulhava.
Os empregados não tinham registro na carteira de trabalho e moravam na própria balsa, que não tinha instalações sanitárias, nem local apropriado para as refeições. Os alimentos ficavam expostos sem nenhum tipo de proteção. As instalações elétricas também não atendiam à legislação. Os fiscais interditaram as máquinas e equipamentos (como vasos de pressão) e o trabalho foi suspenso.
"O proprietário da empresa registrou a CTPS [Carteira de Trabalho e Previdência Social] dos trabalhadores e está em processo de adequação às normas de segurança e saúde no trabalho estabelecidas pelo grupo móvel para poder voltar as atividades", conta Guilherme Moreira.
Reflorestamento

Os empreendiementos de reflorestamento de pinus, em Irati (PR), eram os principais alvos do grupo móvel. Quatro madeireiras foram fiscalizadas. Três delas exploravam trabalhadores em condições degradantes. No total, 39 pessoas foram resgatadas.
Sete empregados foram resgatados da Fazenda São Francisco, do grupo F. V. Araújo. Eles dormiam em dois alojamentos de madeira totalmente irregulares, sem instalações elétricas e sanitárias. "O barraco era cheio de buracos e os trabalhadores dormiam lá de segunda a sexta", conta Guilherme Moreira. O grupo comia no chão, sem nenhuma proteção contra intempéries. O empregador não fornecia Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completos; apenas alguns itens eram oferecidos.
Os funcionários também não tinham acesso à água potável nas frentes de trabalho. A água de um córrego era utilizada tanto para beber quando para tomar banho. Foram lavrados 20 autos de infração e o valor das verbas rescisórias foi de R$ 41 mil. A Repórter Brasil entrou em contato com a empresa para ouvir algum representante mas não obteve retorno.
O grupo fiscal seguiu para as Fazendas Boa Vista e Pinho, do grupo Agostinho Zarpellon & Filhos. Os 22 funcionários não ficavam alojados nas propriedades, mas também estavam submetidos a condições degradantes. A saúde e segurança não eram respeitadas, os fiscais flagraram um funcionário aplicando agrotóxicos sem roupas especiais nem EPIs. Foram lavrados 13 autos de infração e as verbas rescisórias ultrapassaram R$ 104 mil. A Repórter Brasil tentou entrevistar Miguel Zarpellon, mas ele não atendeu as ligações.
A pior situação, segundo o auditor fiscal Guilherme Moreira, foi a encontrada na Fazenda Mariti, de propriedade de Orlando Corevar.
Das dez pessoas resgatadas, três dormiam num abrigo chamado de gaiota (na carroceria de uma carreta, coberta com uma lona).Outros três funcionários se alojavam num barraco de madeira, sem as mínimas condições de higiene e saúde. Não havia camas, os colchões ficavam no chão. O restante do grupo dormia em outro barraco, também sem condições exigidas pela legislação, mas que o auditor fiscal considerou "melhor que os outros". Os barracos tinham fogões e botijões de gás, o que não é permitido. A água que os empregados consumiam vinha de uma caixa d´água aberta, e era muito escura. "Trabalho em condições degradantes há onde tem empregador que não respeita a legislação trabalhista. Não é uma questão regional. Muitos dizem que no Sul não há problemas como no Pará. Eu vi situações, como a do alojamento gaiota, que não havia visto em fiscalizações no Norte do país", declara Guilherme, coordenador da operação do grupo móvel.
Terceirização ilegalComposto por oito auditores fiscais, cinco integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo procurado Luercy Lino Lopes, do Ministério Público do Trabalho (MPT), o grupo móvel concluiu que nas propriedades não havia o aliciamento típico, que conta com a figura do "gato" (aliciador de mão-de-obra), mas sim a terceirização ilegal. "Verificamos que as empresas que terceirizam não têm a inidoneidade econômico-financeira, elas são abertas só para repassar a mão-de-obra", explica o auditor Guilherme. Esse é o caso das empresas Prestadora de Serviços Santos e Conrado Ltda, Prestadora de Serviços Santa Joana Ltda e Pedro Cordeiro de Jesus, cujo capital totalizam R$ 11 mil, montante insuficiente para cumprir as obrigações trabalhistas dos mais de 50 trabalhadores contratados. Guilherme explica ainda que havia exclusividade da prestação de serviços da Santos e Conrado Ltda para a empresa F. V. Araújo. Os proprietários Nicolau Conrado e Pedro Cordeiro de Jesus trabalhavam junto com os demais empregados, com cargos de chefes de turmas. A lei só permite a terceirização, desde que não seja dentro da atividade-fim da empresa e que não sirva apenas para reduzir os custos trabalhistas e debilitar as relações de trabalho. "A terceirização encontrada na região é apenas uma maneira de tentar tirar a responsabilidade do verdadeiro e único empregador: a madeireira".
Bianca Pyl
Repórter Brasil
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Grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagra 39 pessoas em condições degradantes de trabalho. Fiscais flagraram ainda 15 crianças e adolescentes no corte de cebola em vila próxima a Irati (PR)

No caminho para mais uma ação na área rural do Paraná, o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) avistou um grupo de pessoas trabalhando na colheita de cebola, em Caratuva II, vila que fica a cerca de 15 km de Irati (PR).
Os fiscais decidiram parar e encontraram duas crianças de 3 e 5 anos de idade e mais 13 adolescentes (com idades entre 12 e 18 anos) trabalhando no corte de cebola. Todos estavam acompanhados dos pais. "Como nós sabíamos que são comuns irregularidades trabalhistas nessa atividade, decidimos parar", conta Guilherme Moreira, auditor fiscal que coordenou a ação. A propriedade pertence a Claudinei Fernandes de Oliveira.
Diante do quadro, a fiscalização decidiu chamar o conselho tutelar do município para tomar as medidas necessárias e prestar assistência às famílias. "Só autuar o proprietário não é suficiente. Quando virássemos as costas, as famílias voltariam a trabalhar com seus filhos. As mães não entendem. Muitas acham melhor que o filho trabalhe. No caso de trabalho infantil é preciso uma ação mais ampla, que dê assistência às famílias", relata Guilherme. A fiscalização se deu entre os dias 25 e 27 de novembro.
Os conselheiros tutelares foram até a propriedade e entrevistaram todas as famílias, que depois foram convocadas para uma reunião. "Precisávamos fazer um levantamento para saber por que as famílias mantinham seus filhos no trabalho e depois pensar uma ação de combate ao trabalho infantil", explica Ademir Carneiro, presidente do Conselho Tutelar de Irati.
De acordo com Ademir, os pais alegaram ter começado a trabalhar desde os 12 anos e não entendem porque agora é proibido. "O trabalho infantil é muito difícil de combater porque as pessoas não compreendem. Não adianta só apagar incêndios (referindo-se as fiscalizações). É preciso prevenir. E isso é possível com informação e estrutura para as famílias". Outro problema apontado pelas pais das crianças é a falta de creches públicas.
A colheita de cebola dura, em média, dois dias e é feita com uma faca pequena. "Quando chegamos era o primeiro dia de trabalho e eles provavelmente terminariam no mesmo dia", detalha o auditor fiscal Guilherme. Nesse caso, o pouco tempo complica a questão da assinatura da carteira.
Ele sugere que esses pequenos produtores formem condomínios, para que possam contratar empregados com carteira assinada, dividir os encargos trabalhistas e pagar de acordo com a utilização da mão-de-obra. "Há exemplos de lugares onde isso funciona. Nas cooperativas, ficou comprovado que há fraudes. O condomínio é uma possibilidade legal, que garante os direitos dos trabalhadores sem pesar para o pequeno produtor".

Balsa de extração
A primeira fiscalização, dessa série de ações do grupo móvel no Paraná, se deu entre 19 e 20 de novembro e foi motivada por uma denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A fiscalização na balsa de extração de diamantes da empresa Mineradora Tibagiana Ltda, no leito do Rio Tibagi, em Telêmaco Borba (PR), flagrou irregularidades na área de saúde e segurança do trabalho. Um mergulhador, por exemplo, utilizava uma mangueira de botijão de gás de cozinha para receber oxigênio quando mergulhava.
Os empregados não tinham registro na carteira de trabalho e moravam na própria balsa, que não tinha instalações sanitárias, nem local apropriado para as refeições. Os alimentos ficavam expostos sem nenhum tipo de proteção. As instalações elétricas também não atendiam à legislação. Os fiscais interditaram as máquinas e equipamentos (como vasos de pressão) e o trabalho foi suspenso.
"O proprietário da empresa registrou a CTPS [Carteira de Trabalho e Previdência Social] dos trabalhadores e está em processo de adequação às normas de segurança e saúde no trabalho estabelecidas pelo grupo móvel para poder voltar as atividades", conta Guilherme Moreira.
Reflorestamento

Os empreendiementos de reflorestamento de pinus, em Irati (PR), eram os principais alvos do grupo móvel. Quatro madeireiras foram fiscalizadas. Três delas exploravam trabalhadores em condições degradantes. No total, 39 pessoas foram resgatadas.
Sete empregados foram resgatados da Fazenda São Francisco, do grupo F. V. Araújo. Eles dormiam em dois alojamentos de madeira totalmente irregulares, sem instalações elétricas e sanitárias. "O barraco era cheio de buracos e os trabalhadores dormiam lá de segunda a sexta", conta Guilherme Moreira. O grupo comia no chão, sem nenhuma proteção contra intempéries. O empregador não fornecia Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completos; apenas alguns itens eram oferecidos.
Os funcionários também não tinham acesso à água potável nas frentes de trabalho. A água de um córrego era utilizada tanto para beber quando para tomar banho. Foram lavrados 20 autos de infração e o valor das verbas rescisórias foi de R$ 41 mil. A Repórter Brasil entrou em contato com a empresa para ouvir algum representante mas não obteve retorno.
O grupo fiscal seguiu para as Fazendas Boa Vista e Pinho, do grupo Agostinho Zarpellon & Filhos. Os 22 funcionários não ficavam alojados nas propriedades, mas também estavam submetidos a condições degradantes. A saúde e segurança não eram respeitadas, os fiscais flagraram um funcionário aplicando agrotóxicos sem roupas especiais nem EPIs. Foram lavrados 13 autos de infração e as verbas rescisórias ultrapassaram R$ 104 mil. A Repórter Brasil tentou entrevistar Miguel Zarpellon, mas ele não atendeu as ligações.
A pior situação, segundo o auditor fiscal Guilherme Moreira, foi a encontrada na Fazenda Mariti, de propriedade de Orlando Corevar.
Das dez pessoas resgatadas, três dormiam num abrigo chamado de gaiota (na carroceria de uma carreta, coberta com uma lona).Outros três funcionários se alojavam num barraco de madeira, sem as mínimas condições de higiene e saúde. Não havia camas, os colchões ficavam no chão. O restante do grupo dormia em outro barraco, também sem condições exigidas pela legislação, mas que o auditor fiscal considerou "melhor que os outros". Os barracos tinham fogões e botijões de gás, o que não é permitido. A água que os empregados consumiam vinha de uma caixa d´água aberta, e era muito escura. "Trabalho em condições degradantes há onde tem empregador que não respeita a legislação trabalhista. Não é uma questão regional. Muitos dizem que no Sul não há problemas como no Pará. Eu vi situações, como a do alojamento gaiota, que não havia visto em fiscalizações no Norte do país", declara Guilherme, coordenador da operação do grupo móvel.
Terceirização ilegalComposto por oito auditores fiscais, cinco integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo procurado Luercy Lino Lopes, do Ministério Público do Trabalho (MPT), o grupo móvel concluiu que nas propriedades não havia o aliciamento típico, que conta com a figura do "gato" (aliciador de mão-de-obra), mas sim a terceirização ilegal. "Verificamos que as empresas que terceirizam não têm a inidoneidade econômico-financeira, elas são abertas só para repassar a mão-de-obra", explica o auditor Guilherme. Esse é o caso das empresas Prestadora de Serviços Santos e Conrado Ltda, Prestadora de Serviços Santa Joana Ltda e Pedro Cordeiro de Jesus, cujo capital totalizam R$ 11 mil, montante insuficiente para cumprir as obrigações trabalhistas dos mais de 50 trabalhadores contratados. Guilherme explica ainda que havia exclusividade da prestação de serviços da Santos e Conrado Ltda para a empresa F. V. Araújo. Os proprietários Nicolau Conrado e Pedro Cordeiro de Jesus trabalhavam junto com os demais empregados, com cargos de chefes de turmas. A lei só permite a terceirização, desde que não seja dentro da atividade-fim da empresa e que não sirva apenas para reduzir os custos trabalhistas e debilitar as relações de trabalho. "A terceirização encontrada na região é apenas uma maneira de tentar tirar a responsabilidade do verdadeiro e único empregador: a madeireira".
Bianca Pyl
Repórter Brasil
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13.6.09

Falar em trabalho infantil, exige um olhar muito profundo sobre o país e todas as desigualdades que nele existem. Livros, jornais, manchetes sensacionalistas,revistas,congressos, têm apresentado ao longo da história a dramática situação das crianças que trabalham para sobreviver, e ao mesmo tempo complementar a renda familiar.
Cresce a cada dia o número de crianças e adolescentes trabalhando na lavoura, nos canaviais, nos mangues, nos mercados, feiras livres, e nas ruas, vendendo produtos, guardando carros, limpando sapatos e catando latinhas, tudo em nome da sobrevivência difícil e sem solução para a maioria das famílias brasileiras.
Muitas pessoas se indignam, outras sentem dó movidas pela compaixão. Esses olhares não conseguem enxergar o que na realidade é a essência do trabalho infantil que revela a violência de uma sociedade "adulta" que empurra as nossas crianças para o trabalho precoce, perigoso, insalubre e explorador. Normalmente o primeiro impulso é sempre culpar os pais, mesmo sem saber que se trata de familias destruídas que também são escravizadas por uma democracia falida, que só existe no papel. O trabalho infantil revela-se como uma inversão de valores, onde a necessidade está acima dos direitos, e essa necessidade tem um nome muito triste e cruel: A FOME! E esta não pode esperar!
Uma criança que vende balas nas ruas, ou até mesmo faz malabarismos nas sinaleiras em troca de uma moeda, é sinal de que algo não vai bem em sua casa com os adultos que são seus pais.
Muitas discussões e polêmicas surgiram nos últimos tempos, sempre focando a miséria que abraça as nossas crianças, e as tiram da escola, do laser e da sua condição peculiar ainda em desenvolvimento. Todas essas medidas dizem encontrar soluções para o problema, no entanto, a cada dia que passa, a violência cresce em números alarmantes em todas as suas modalidades contra os nossos infantes.
Na verdade, o que precisamos mesmo é reconhecer que para resolver o problema das crianças, temos primeiro que resolver o problema dos adultos que são seus pais. Não adianta tirar crianças das ruas, punir seus pais e mandá-los de volta para casa, se lá não existe o que comer. É dentro de casa que está o problema, a fome, a miséria. É muito fácil acusar os pais de exploração, mas ninguém tem noção do que é passar fome, ou se tem, pelo menos só conhece o que leu nos livros.
Estamos cansados de saber que o Brasil é um país cheio de contrastes e, enquanto muitas crianças e suas familias passam fome, o governo joga fora toneladas de alimentos vencidos. Quantas vezes não assistimos essas manchetes vergonhosas?
Do meu ponto de vista, os benefícios do governo podem até ajudar, mas não resolvem o problema, pelo contrário, estimulam cada vez mais a mulher a engravidar, já "pendurada" antecipadamente em uma bolsa família. Ninguém me convence de que o valor de um benefício do governo por criança, possa alimentá-la com dignidade durante um mês, pois é tão irrisório que só seria suficiente apenas para dois dias no máximo, ou ainda, é a metade do que um político deixa na mesa do café em apenas um dia.
O governo precisa ter ousadia de olhar o país com olhos de primeiro mundo, adotando medidas capazes de promover a igualdade e acabar com a miséria, e isso só é possível com planejamento familiar responsável, saúde e educação de qualidade; caso contrário, teremos cada vez mais um exército de crianças que agonizam, enquanto eles apenas assistem lá do alto sem prestar socorro.
O trabalho infantil é mais do que uma violação dos direitos humanos, é o único meio encontrado de não passar fome, de ganhar a vida, comendo o pão que os políticos amassaram. As nossas crianças "despossuídas" se tornaram mais um símbolo de um país doente, que brinca com a miséria dos pobres, sem escola decente, sem emprego, sem saúde, sem educação e sem esperança.
As crianças do Brasil e do mundo não estão preocupadas com campanhas e com os artigos do ECA, pois nem sequer sabem o que ele significa. Para elas e suas famílias, só existe uma regra clara: A necessidade de sobrevivência.
O saudoso Betinho sempre esteve muito correto nas suas afirmações e uma delas define exatamente o sentimento dessas crianças: "A fome é o atestado de miséria absoluta e o grito de alame que sinaliza o desastre social de um país que mostra a cara do BRASIL."

Sanny Lemos
Feira de Santana-Ba

Foto: Luciara Pinheiro
link do postPor anjoseguerreiros, às 22:24  comentar


Falar em trabalho infantil, exige um olhar muito profundo sobre o país e todas as desigualdades que nele existem. Livros, jornais, manchetes sensacionalistas,revistas,congressos, têm apresentado ao longo da história a dramática situação das crianças que trabalham para sobreviver, e ao mesmo tempo complementar a renda familiar.
Cresce a cada dia o número de crianças e adolescentes trabalhando na lavoura, nos canaviais, nos mangues, nos mercados, feiras livres, e nas ruas, vendendo produtos, guardando carros, limpando sapatos e catando latinhas, tudo em nome da sobrevivência difícil e sem solução para a maioria das famílias brasileiras.
Muitas pessoas se indignam, outras sentem dó movidas pela compaixão. Esses olhares não conseguem enxergar o que na realidade é a essência do trabalho infantil que revela a violência de uma sociedade "adulta" que empurra as nossas crianças para o trabalho precoce, perigoso, insalubre e explorador. Normalmente o primeiro impulso é sempre culpar os pais, mesmo sem saber que se trata de familias destruídas que também são escravizadas por uma democracia falida, que só existe no papel. O trabalho infantil revela-se como uma inversão de valores, onde a necessidade está acima dos direitos, e essa necessidade tem um nome muito triste e cruel: A FOME! E esta não pode esperar!
Uma criança que vende balas nas ruas, ou até mesmo faz malabarismos nas sinaleiras em troca de uma moeda, é sinal de que algo não vai bem em sua casa com os adultos que são seus pais.
Muitas discussões e polêmicas surgiram nos últimos tempos, sempre focando a miséria que abraça as nossas crianças, e as tiram da escola, do laser e da sua condição peculiar ainda em desenvolvimento. Todas essas medidas dizem encontrar soluções para o problema, no entanto, a cada dia que passa, a violência cresce em números alarmantes em todas as suas modalidades contra os nossos infantes.
Na verdade, o que precisamos mesmo é reconhecer que para resolver o problema das crianças, temos primeiro que resolver o problema dos adultos que são seus pais. Não adianta tirar crianças das ruas, punir seus pais e mandá-los de volta para casa, se lá não existe o que comer. É dentro de casa que está o problema, a fome, a miséria. É muito fácil acusar os pais de exploração, mas ninguém tem noção do que é passar fome, ou se tem, pelo menos só conhece o que leu nos livros.
Estamos cansados de saber que o Brasil é um país cheio de contrastes e, enquanto muitas crianças e suas familias passam fome, o governo joga fora toneladas de alimentos vencidos. Quantas vezes não assistimos essas manchetes vergonhosas?
Do meu ponto de vista, os benefícios do governo podem até ajudar, mas não resolvem o problema, pelo contrário, estimulam cada vez mais a mulher a engravidar, já "pendurada" antecipadamente em uma bolsa família. Ninguém me convence de que o valor de um benefício do governo por criança, possa alimentá-la com dignidade durante um mês, pois é tão irrisório que só seria suficiente apenas para dois dias no máximo, ou ainda, é a metade do que um político deixa na mesa do café em apenas um dia.
O governo precisa ter ousadia de olhar o país com olhos de primeiro mundo, adotando medidas capazes de promover a igualdade e acabar com a miséria, e isso só é possível com planejamento familiar responsável, saúde e educação de qualidade; caso contrário, teremos cada vez mais um exército de crianças que agonizam, enquanto eles apenas assistem lá do alto sem prestar socorro.
O trabalho infantil é mais do que uma violação dos direitos humanos, é o único meio encontrado de não passar fome, de ganhar a vida, comendo o pão que os políticos amassaram. As nossas crianças "despossuídas" se tornaram mais um símbolo de um país doente, que brinca com a miséria dos pobres, sem escola decente, sem emprego, sem saúde, sem educação e sem esperança.
As crianças do Brasil e do mundo não estão preocupadas com campanhas e com os artigos do ECA, pois nem sequer sabem o que ele significa. Para elas e suas famílias, só existe uma regra clara: A necessidade de sobrevivência.
O saudoso Betinho sempre esteve muito correto nas suas afirmações e uma delas define exatamente o sentimento dessas crianças: "A fome é o atestado de miséria absoluta e o grito de alame que sinaliza o desastre social de um país que mostra a cara do BRASIL."

Sanny Lemos
Feira de Santana-Ba

Foto: Luciara Pinheiro
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Falar em trabalho infantil, exige um olhar muito profundo sobre o país e todas as desigualdades que nele existem. Livros, jornais, manchetes sensacionalistas,revistas,congressos, têm apresentado ao longo da história a dramática situação das crianças que trabalham para sobreviver, e ao mesmo tempo complementar a renda familiar.
Cresce a cada dia o número de crianças e adolescentes trabalhando na lavoura, nos canaviais, nos mangues, nos mercados, feiras livres, e nas ruas, vendendo produtos, guardando carros, limpando sapatos e catando latinhas, tudo em nome da sobrevivência difícil e sem solução para a maioria das famílias brasileiras.
Muitas pessoas se indignam, outras sentem dó movidas pela compaixão. Esses olhares não conseguem enxergar o que na realidade é a essência do trabalho infantil que revela a violência de uma sociedade "adulta" que empurra as nossas crianças para o trabalho precoce, perigoso, insalubre e explorador. Normalmente o primeiro impulso é sempre culpar os pais, mesmo sem saber que se trata de familias destruídas que também são escravizadas por uma democracia falida, que só existe no papel. O trabalho infantil revela-se como uma inversão de valores, onde a necessidade está acima dos direitos, e essa necessidade tem um nome muito triste e cruel: A FOME! E esta não pode esperar!
Uma criança que vende balas nas ruas, ou até mesmo faz malabarismos nas sinaleiras em troca de uma moeda, é sinal de que algo não vai bem em sua casa com os adultos que são seus pais.
Muitas discussões e polêmicas surgiram nos últimos tempos, sempre focando a miséria que abraça as nossas crianças, e as tiram da escola, do laser e da sua condição peculiar ainda em desenvolvimento. Todas essas medidas dizem encontrar soluções para o problema, no entanto, a cada dia que passa, a violência cresce em números alarmantes em todas as suas modalidades contra os nossos infantes.
Na verdade, o que precisamos mesmo é reconhecer que para resolver o problema das crianças, temos primeiro que resolver o problema dos adultos que são seus pais. Não adianta tirar crianças das ruas, punir seus pais e mandá-los de volta para casa, se lá não existe o que comer. É dentro de casa que está o problema, a fome, a miséria. É muito fácil acusar os pais de exploração, mas ninguém tem noção do que é passar fome, ou se tem, pelo menos só conhece o que leu nos livros.
Estamos cansados de saber que o Brasil é um país cheio de contrastes e, enquanto muitas crianças e suas familias passam fome, o governo joga fora toneladas de alimentos vencidos. Quantas vezes não assistimos essas manchetes vergonhosas?
Do meu ponto de vista, os benefícios do governo podem até ajudar, mas não resolvem o problema, pelo contrário, estimulam cada vez mais a mulher a engravidar, já "pendurada" antecipadamente em uma bolsa família. Ninguém me convence de que o valor de um benefício do governo por criança, possa alimentá-la com dignidade durante um mês, pois é tão irrisório que só seria suficiente apenas para dois dias no máximo, ou ainda, é a metade do que um político deixa na mesa do café em apenas um dia.
O governo precisa ter ousadia de olhar o país com olhos de primeiro mundo, adotando medidas capazes de promover a igualdade e acabar com a miséria, e isso só é possível com planejamento familiar responsável, saúde e educação de qualidade; caso contrário, teremos cada vez mais um exército de crianças que agonizam, enquanto eles apenas assistem lá do alto sem prestar socorro.
O trabalho infantil é mais do que uma violação dos direitos humanos, é o único meio encontrado de não passar fome, de ganhar a vida, comendo o pão que os políticos amassaram. As nossas crianças "despossuídas" se tornaram mais um símbolo de um país doente, que brinca com a miséria dos pobres, sem escola decente, sem emprego, sem saúde, sem educação e sem esperança.
As crianças do Brasil e do mundo não estão preocupadas com campanhas e com os artigos do ECA, pois nem sequer sabem o que ele significa. Para elas e suas famílias, só existe uma regra clara: A necessidade de sobrevivência.
O saudoso Betinho sempre esteve muito correto nas suas afirmações e uma delas define exatamente o sentimento dessas crianças: "A fome é o atestado de miséria absoluta e o grito de alame que sinaliza o desastre social de um país que mostra a cara do BRASIL."

Sanny Lemos
Feira de Santana-Ba

Foto: Luciara Pinheiro
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Ao ritmo da música afro-brasileira, apresentada por crianças e adolescentes do grupo Ouro Verde 100% Arte - projeto criado há dois anos com o objetivo de resgatar a auto-estima dos moradores do Jardim Ouro Verde - representantes de entidades de Bauru e da administração municipal realizaram uma passeata, na manhã de ontem, pelo Calçadão Batista de Carvalho visando a conscientização para a erradicação do trabalho infantil.
Este ano, a Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes) identificou 47 famílias que tinham crianças nas ruas em diversas atividades e, hoje, realiza trabalhos sociais com elas.
Além da atuação junto a estas famílias, 181 crianças fazem parte de um programa de conscientização contra o trabalho infantil e 2.500 crianças estão inseridas no Centro de Convivência para a Juventude, ambos desenvolvidos pela Sebes com o mesmo objetivo: tirar as crianças da rua, do mundo das drogas, do trabalho e da prostituição infantil.
A iniciativa, coordenada pela Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil (Cometi), contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas, do Conselho Tutelar e marcou o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, comemorado ontem.
A passeata partiu da quadra 6 do Calçadão Batista de Carvalho com destino à Praça Rui Barbosa. Durante o percurso, os participantes levaram cartazes com mensagens contra o trabalho infantil e distribuíram panfletos informativos. O ato chamou a atenção de comerciantes e consumidores que estavam no local, muitos pararam e aplaudiram a ação.
“Nós sabemos que no País existem mais de 5 milhões de crianças no trabalho infantil e em Bauru também temos este problema. Queremos conscientizar as famílias e a população que o lugar das crianças é na escola”, afirma a secretária da Sebes, Darlene Tendolo.
“Combater o trabalho infantil não significa apenas encaminhar estas crianças para escola. É preciso mostrar que o adulto que está por trás de uma criança nesta situação está cometendo um crime”, acrescenta.
O Ministério do Trabalho também apoiou a iniciativa. Segundo o auditor fiscal do trabalho Marcelo Lopes Rodrigues, à campanha pela erradicação do trabalho infantil foi feita em todo o Brasil. “Apesar do índice de trabalho infantil na cidade não ser alto se comparado a outras cidades do País, ainda é encontrado na colheita da laranja, na panfletagem e também no trabalho doméstico, onde a atuação do Ministério do Trabalho é mais difícil, pois não podemos entrar nestas casas”.
“Mas temos feito o nosso trabalho. No ano passado, por exemplo, fiscalizamos mais de 1.500 empresas e em todas elas foram verificadas a questão do trabalho infantil”, complementa o auditor fiscal.
Para o vereador Roque Ferreira (PT), o trabalho infantil está relacionado ao atual quadro econômico e às condições de trabalho.
“Muito se discute sobre o que fazer com a criança e o jovem, mas a exploração estrutura todo o processo da economia.
Muitas empresas não têm escrúpulo e exploram o trabalho de crianças e jovens. Em muitos casos expões essas pessoas ao trabalho insalubre e perigoso”, afirma.

Por: Juliana Franco
Fonte:Jornal da Cidade de Bauru
link do postPor anjoseguerreiros, às 21:07  comentar

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Ao ritmo da música afro-brasileira, apresentada por crianças e adolescentes do grupo Ouro Verde 100% Arte - projeto criado há dois anos com o objetivo de resgatar a auto-estima dos moradores do Jardim Ouro Verde - representantes de entidades de Bauru e da administração municipal realizaram uma passeata, na manhã de ontem, pelo Calçadão Batista de Carvalho visando a conscientização para a erradicação do trabalho infantil.
Este ano, a Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes) identificou 47 famílias que tinham crianças nas ruas em diversas atividades e, hoje, realiza trabalhos sociais com elas.
Além da atuação junto a estas famílias, 181 crianças fazem parte de um programa de conscientização contra o trabalho infantil e 2.500 crianças estão inseridas no Centro de Convivência para a Juventude, ambos desenvolvidos pela Sebes com o mesmo objetivo: tirar as crianças da rua, do mundo das drogas, do trabalho e da prostituição infantil.
A iniciativa, coordenada pela Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil (Cometi), contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas, do Conselho Tutelar e marcou o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, comemorado ontem.
A passeata partiu da quadra 6 do Calçadão Batista de Carvalho com destino à Praça Rui Barbosa. Durante o percurso, os participantes levaram cartazes com mensagens contra o trabalho infantil e distribuíram panfletos informativos. O ato chamou a atenção de comerciantes e consumidores que estavam no local, muitos pararam e aplaudiram a ação.
“Nós sabemos que no País existem mais de 5 milhões de crianças no trabalho infantil e em Bauru também temos este problema. Queremos conscientizar as famílias e a população que o lugar das crianças é na escola”, afirma a secretária da Sebes, Darlene Tendolo.
“Combater o trabalho infantil não significa apenas encaminhar estas crianças para escola. É preciso mostrar que o adulto que está por trás de uma criança nesta situação está cometendo um crime”, acrescenta.
O Ministério do Trabalho também apoiou a iniciativa. Segundo o auditor fiscal do trabalho Marcelo Lopes Rodrigues, à campanha pela erradicação do trabalho infantil foi feita em todo o Brasil. “Apesar do índice de trabalho infantil na cidade não ser alto se comparado a outras cidades do País, ainda é encontrado na colheita da laranja, na panfletagem e também no trabalho doméstico, onde a atuação do Ministério do Trabalho é mais difícil, pois não podemos entrar nestas casas”.
“Mas temos feito o nosso trabalho. No ano passado, por exemplo, fiscalizamos mais de 1.500 empresas e em todas elas foram verificadas a questão do trabalho infantil”, complementa o auditor fiscal.
Para o vereador Roque Ferreira (PT), o trabalho infantil está relacionado ao atual quadro econômico e às condições de trabalho.
“Muito se discute sobre o que fazer com a criança e o jovem, mas a exploração estrutura todo o processo da economia.
Muitas empresas não têm escrúpulo e exploram o trabalho de crianças e jovens. Em muitos casos expões essas pessoas ao trabalho insalubre e perigoso”, afirma.

Por: Juliana Franco
Fonte:Jornal da Cidade de Bauru
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Ao ritmo da música afro-brasileira, apresentada por crianças e adolescentes do grupo Ouro Verde 100% Arte - projeto criado há dois anos com o objetivo de resgatar a auto-estima dos moradores do Jardim Ouro Verde - representantes de entidades de Bauru e da administração municipal realizaram uma passeata, na manhã de ontem, pelo Calçadão Batista de Carvalho visando a conscientização para a erradicação do trabalho infantil.
Este ano, a Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes) identificou 47 famílias que tinham crianças nas ruas em diversas atividades e, hoje, realiza trabalhos sociais com elas.
Além da atuação junto a estas famílias, 181 crianças fazem parte de um programa de conscientização contra o trabalho infantil e 2.500 crianças estão inseridas no Centro de Convivência para a Juventude, ambos desenvolvidos pela Sebes com o mesmo objetivo: tirar as crianças da rua, do mundo das drogas, do trabalho e da prostituição infantil.
A iniciativa, coordenada pela Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil (Cometi), contou com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas, do Conselho Tutelar e marcou o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, comemorado ontem.
A passeata partiu da quadra 6 do Calçadão Batista de Carvalho com destino à Praça Rui Barbosa. Durante o percurso, os participantes levaram cartazes com mensagens contra o trabalho infantil e distribuíram panfletos informativos. O ato chamou a atenção de comerciantes e consumidores que estavam no local, muitos pararam e aplaudiram a ação.
“Nós sabemos que no País existem mais de 5 milhões de crianças no trabalho infantil e em Bauru também temos este problema. Queremos conscientizar as famílias e a população que o lugar das crianças é na escola”, afirma a secretária da Sebes, Darlene Tendolo.
“Combater o trabalho infantil não significa apenas encaminhar estas crianças para escola. É preciso mostrar que o adulto que está por trás de uma criança nesta situação está cometendo um crime”, acrescenta.
O Ministério do Trabalho também apoiou a iniciativa. Segundo o auditor fiscal do trabalho Marcelo Lopes Rodrigues, à campanha pela erradicação do trabalho infantil foi feita em todo o Brasil. “Apesar do índice de trabalho infantil na cidade não ser alto se comparado a outras cidades do País, ainda é encontrado na colheita da laranja, na panfletagem e também no trabalho doméstico, onde a atuação do Ministério do Trabalho é mais difícil, pois não podemos entrar nestas casas”.
“Mas temos feito o nosso trabalho. No ano passado, por exemplo, fiscalizamos mais de 1.500 empresas e em todas elas foram verificadas a questão do trabalho infantil”, complementa o auditor fiscal.
Para o vereador Roque Ferreira (PT), o trabalho infantil está relacionado ao atual quadro econômico e às condições de trabalho.
“Muito se discute sobre o que fazer com a criança e o jovem, mas a exploração estrutura todo o processo da economia.
Muitas empresas não têm escrúpulo e exploram o trabalho de crianças e jovens. Em muitos casos expões essas pessoas ao trabalho insalubre e perigoso”, afirma.

Por: Juliana Franco
Fonte:Jornal da Cidade de Bauru
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Mais de 600 crianças se reuniram em frente à sede das Nações Unidas em Genebra por causa do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e para reivindicar o fim desta prática ilegal.
Posteriormente, elas entraram no recinto da ONU para assistir à sessão plenária da Conferência Internacional do Trabalho “em representação de todas as crianças do mundo”, explicou à Agência Efe uma das professoras que acompanhavam os estudantes.
O chileno Cristian Inzunza, um ex-menino trabalhador e que agora tem 25 anos, falou com os estudantes sobre sua experiência por iniciativa da ong Terra dos Homens, que o convidou a Genebra para participar desse evento.
“Passamos semanas visitando escolas, centros culturais e colégios especializados para explicar à população nossa experiência como crianças trabalhadoras”, explicou o ativista.
A Terra dos Homens continuará seu trabalho de conscientização na Suíça para denunciar o fato de que a educação gratuita para os imigrantes termine antes que para o resto dos cidadãos suíços, assim como que a partir dos 16 anos as meninas possam se prostituir legalmente no país.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) dedica sua Conferência deste ano no Dia Mundial contra o Trabalho Infantil às meninas em particular.
Apesar de o trabalho infantil estar diminuindo, a crise pode prejudicar estes avanços já que se as famílias têm que escolher entre enviar seus filhos ou filhas para a escola, são estas últimas as que previsivelmente sairão perdendo.



G1
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