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24.3.09
SÃO PAULO - Imagens do circuito interno de segurança do prédio onde vivia Ana Cláudia Melo da Silva, de 18 anos, mostram o ex-marido dela, o desempregado Janken Ferraz Evangelista, de 29 anos, saindo sozinho do apartamento com o filho deles, Gabriel, de um ano e nove meses. Ana Cláudia foi esfaqueada e morta na noite deste domingo. O corpo foi encontrado em um banheiro do apartamento, pelo irmão e pelo tio da vítima. Desde a noite de domingo, Evangelista está foragido e também não há pistas de Gabriel. A polícia considera Janken o principal suspeito do crime.
As câmeras de segurança gravaram os dois chegando ao prédio com o filho, na noite de domingo, depois de irem ao jogo entre Corinthians e Santos. Quarenta minutos depois, mais um registro. Evangelista aparece no elevador, abotoando a camisa que havia acabado de trocar. Dessa vez está só com o filho. Ele está sendo procurado pela polícia, acusado de matar Ana Cláudia e sequestrar Gabriel. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, distribuiu fotos de Evangelista e da criança em rodoviárias e aeroportos no início da madrugada desta segunda-feira, para impedir que eles deixem o estado de São Paulo.
A jovem, que segundo a família já havia sido agredida pelo ex-marido, estava morando com o irmão e um tio na Avenida do Cursino, no Jardim da Saúde, na zona sul de São Paulo, desde novembro do ano passado. Antes disso, ela morava em Teixeira de Freitas, no sul da Bahia, mas teria fugido do marido por causa das agressões.
- Ele foi bater nela dentro da minha casa. Aí eu disse: dentro da minha casa, você não bate - afirma a avó da vítima, Maria Cavalcanti de Albuquerque.
Mas o ex-marido veio atrás e conseguiu autorização judicial para visitar o filho aos domingos. Essa era a terceira visita que fazia depois da autorização judicial.
O delegado responsável pelo caso, Marcos Carneiro, diz que foi encontrada uma mala na casa de parentes do ex-marido de Ana Claudia, na zona leste da capital.
- A mala estava pronta pra ser usada, como se alguém tivesse pronto para viajar. Então a gente acredita que a idéia dele seria essa: pegar a mala e fugir com a criança - afirma Carneiro.
Durante todo o dia, a polícia fez buscas em vários endereços, inclusive no Terminal Rodoviário do Tietê por onde Evangelista poderia tentar uma fuga.
De acordo com o delegado Marcos Carneiro, vários denúncias anônimas estão chegando a polícia e serão investigadas. Quem souber do paradeiro de Janken Ferraz Evangelista e do filho dele pode ligar para o disque denúncia, no 181. A ligação é de graça e não é preciso se identificar.

Histórico de agressões

Ana Claudia e Evangelista se conheceram em São Paulo, num treino de futebol, quando ela tinha entre 14 anos, e começaram a namorar. Aos 16 anos, ela engravidou. Segundo Odair Bezerra da Silva, irmão de Ana Cláudia, Evangelista queria que ela abortasse a criança, mas a família resistiu e o rapaz acabou assumindo o filho.
O casal chegou a viver junto na cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia, mas Ana Claudia reclamava das constantes agressões e contava que apanhava do marido, que era extremamente ciumento. Em novembro passado, cansada das agressões, Ana Cláudia foi trazida novamente para São Paulo por uma tia, que a criou desde os 2 anos de idade, quando a mãe morreu. Ela viajou com o filho sem o consentimento de Evangelista.
Ao chegar a São Paulo, a jovem arrumou emprego como recepcionista de um hospital e foi morar com um tio e com o irmão no apartamento da Avenida do Cursino. A tia, que mora na zona leste, tomava conta do menino para que ela pudesse trabalhar. Desempregado, Evangelista não pagava pensão.
Ao mesmo tempo em que tentava refazer a vida sozinha, a jovem ingressou na Justiça pedindo a guarda do filho, argumentando que sempre apanhava do marido.
Evangelista, que foi jogador do time juvenil do Juventus e do São Paulo, retornou à capital paulista, dois meses depois, em janeiro.
Por determinação da 1ª Vara da Família do Jabaquara, ele só tinha autorização para visitar o filho na casa da mãe. Essa era a terceira visita que fazia depois da autorização judicial.
Neste domingo, a visita se estendeu. Evangelista levou Ana Claudia e o filho para ver o clássico entre o Corinthians e o Santos, no Estádio Pacaembu. O tio e o irmão dela foram para a casa de amigos no centro da cidade.
Segundo João Lourenço da Silva, de 44 anos, tio de Ana Claudia, ela ligou por volta de 19h50m, perguntando se eles retornariam para jantar em casa, e ele não notou nada de diferente.
Ao chegar em casa com o sobrinho, encontrou o corpo de Ana Claudia no banheiro de empregada. O irmão dela ficou em estado de choque.
A chegada e a saída de Evangelista foram filmadas pelo circuito interno do condomínio e devem ajudar a polícia nas investigações.
Segundo a polícia, o rapaz levou R$ 500 do apartamento da família de Ana Cláudia e havia deixado uma mala pronta na casa de um parente. Além de homicídio, ele pode responder por subtração de incapaz e furto.
A notícia do assassinato surpreendeu o advogado Tito Lívio Moreira, que conseguiu a liminar para que Evangelista pudesse ver o filho Gabriel. Segundo ele, o rapaz podia ver o filho aos domingos, entre 15h e 17h, na casa da mãe e não poderia sair para passear sozinho com o menino.
- Ele me procurou logo depois que a mãe conseguiu a guarda provisória da criança, no começo deste ano. Nas últimas conversas, me disse que estava começando a se acertar, a conversar novamente com a mãe do menino. Quando ela veio da Bahia para São Paulo, os dois sequer conversavam - diz Moreira.


link do postPor anjoseguerreiros, às 07:58  comentar

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colaboradores: carmen e maria celia

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