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31.1.09


Blythes surgiram nos anos 1970, mas só recentemente viraram sensação. Colecionadoras de SP se reúnem mensalmente em cafeteria nos Jardins.

A primeira coisa que se nota ao olhar para uma Blythe é a cabeça, completamente desproporcional ao corpo (que tem praticamente o mesmo tamanho de uma Barbie). Em seguida, o que chama a atenção são os olhos grandes. Quando vista de costas, uma cordinha que sai da cabeça desperta a curiosidade. Ao puxá-la, os olhos da boneca mudam de cor e podem ir do verde ao vermelho num piscar de Blythe. Mesmo com o cabeção, as bonecas conquistaram fãs crescidinhas no mundo todo e viraram item de colecionadoras, a maioria delas profissionais adultas, bem-sucedidas e com família formada. A paixão pela boneca – se é que uma Blythe pode ser chamada de boneca – é tão grande que as colecionadoras paulistanas têm encontro praticamente todos os meses em uma cafeteria nos Jardins, em São Paulo. A reunião de janeiro está marcada para este sábado (31). “Blythe é muito mais conceitual do que uma simples boneca para se brincar. Quem tem uma pode transformá-la e adaptá-la por meio das customizações”, diz a empresária Ana Monteiro, de 38 anos, uma das maiores colecionadoras do país e que já perdeu a conta de quantas tem. Muitas vezes, conta ela, a Blythe vira um alter ego da dona.

Ana conta que as “blytheiras” têm um perfil bem parecido: são pessoas antenadas com a moda, moderninhas e que mexem com trabalho manual. A idade média passa dos 30 anos, e a situação financeira costuma ser estável. “Há desde executivas, empresárias e medicas até funcionárias do alto escalão do governo”, lista Ana.

A designer de jóias Adriana Delphino é colecionadora há um ano e meio e reúne cerca de 30 bonecas em casa. “Vi a Blyther pela primeira vez no Flickr e a achei uma boneca misteriosa. Elas não são sensuais, e as de cabelo colorido são exóticas”, diz Adriana, que também sucumbiu aos inúmeros assessórios que existem para as pupilas.

Do esquecimento à glória
As Blythes surgiram nos Estados Unidos em 1972, mas não duraram nem um ano nas prateleiras das lojas. Não que elas fossem o sucesso do momento e tivessem esgotado, mas o real motivo do seu ostracismo foi mesmo a rejeição do público: as Blythes não foram páreo para as Barbies. O público infantil, que era o alvo na época, não aceitou uma boneca tão diferente, que tinha um cabeção e um olhão que mudava de cor. Vale lembrar que os desenhos japoneses – e seus personagens com olhos avantajados – não faziam o sucesso de hoje naquela época. Assim, a Blythe Kenner (sim, elas têm sobrenome e Kenner significa que elas são as originais, beirando os 40 anos) ficou durante décadas resumida a item de poucos colecionadores ou foram condenadas ao esquecimento nos baús de brinquedos. Tudo seguia na mais esquecida escuridão até que Gina Garan, uma produtora de vídeo e TV, decidiu em 1997 brincar de fotógrafa com algumas dessas bonecas “velhas e esquisitas”. As Blythes foram clicadas por Gina em vários lugares do mundo e se mostraram bastante fotogênicas. Logo , uma marca japonesa elevou as Blythes a garotas-propaganda e, em 2000, Gina lançou um livro só com as fotos das bonecas. Daí em diante, as Blythes viraram item de colecionador descolado, e uma boneca que custava centavos de dólar passou a valer o equivalente a R$ 800.

No ano seguinte, a Blythes voltaram a ser fabricadas, mas em uma edição especial com apenas 1.000 unidades, que foram vendidas em menos de uma hora. Como as bonecas viraram uma mina de ouro para os fabricantes, desde então, são lançados modelos novos praticamente todo mês. A onda no Brasil, conta Ana, começou em meados de 2001. “Mas o ‘boom’ mesmo aconteceu de um a dois anos pra cá. Hoje, no Brasil, temos em torno de 500 donas de Blythes. Colecionadoras com mais de dez bonecas podemos contar um número de dez a 15”, revela.

Compra na web
As colecionadoras de Blythes conhecem apenas um endereço no Brasil que vende as bonecas – uma loja que fica nos Jardins, em São Paulo –, mas nem ousam gastar reais no local. “Os preços são absurdos, já vi Blythe por R$ 3 mil”, reclama a designer de jóias Adriana Delphino. As bonecas são comercializadas mesmo é na internet, principalmente em sites de leilão. Adriana conta que uma Blythe “baratinha” custa, em média, US$ 70, o equivalente a R$ 160. E esse preço é para um boneca da nova geração, que também é conhecida como Neo Blythe.

“Já vi Blythe original, na caixa, à venda por US$ 3 mil [quase R$ 7 mil]”, dispara Adriana. Quem se impressiona com valores tão altos precisa saber que nem precisa viajar tanto no tempo para gastar uma grana: tem Neo Blythe novinha que chega a custar US$ 1 mil, cerca de R$ 2.300.
Pelo preço, dá para perceber que comprar Blythe não é fácil e exige um pouco de esforço financeiro de muitas colecionadoras. “Aprendi que a gente tem que ir com calma na hora de comprar. Com o tempo, passei a escolher bem porque não é barato, não é como colecionar lápis de cor”, brinca a artesã Fabiana Abud, de 33 anos, que começou a colecionar no ano passado e atualmente tem seis em casa. "Mas já cheguei a ter 17.

Café com Blythe
Não adianta ter Blythe em casa se não é para produzir, fotografar e divulgar as fotos. Também não adianta ter se não levá-las para “socializar” com outras Blythes. Na reunião mensal das colecionadoras, ninguém vai de mão abanando. “Chegamos a reunir entre dez e 15 ‘blytheiras’. Cada uma leva uma duas ou três bonecas, geralmente as mais novas ou as mais queridas”, relata Adriana, uma das colecionadoras que estarão no encontro deste sábado.

Quem se interessou pelo mundo das Blythes – que é muito mais do que cabe nesta reportagem – é só entrar e ficar à vontade. Mas as colecionadoras de longa data alertam: a paixão pode ser tão grande que a nova “blytheira” pode entrar em um buraco sem fundo. Serviço : Site das Blythes no Brasil: http://www.blythe.com.br/

fonte:G1
link do postPor anjoseguerreiros, às 18:00  comentar

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colaboradores: carmen e maria celia

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