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25.6.09
Novo Hamburgo – A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou ontem o Relatório Mundial sobre Drogas 2009, em que a maconha segue como entorpecente mais cultivado e consumido no planeta. Mas é o crack que avança de forma alarmante dos grandes centros para localidades mais distantes.

Municípios pequenos da região já sentem consequências devastadoras da pedra, onde adolescentes e até crianças começam a praticar pequenos delitos, principalmente o furto, para manter o vício.
Exemplos de tragédias urbanas como a chacina de quatro jovens no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, na noite de 25 de novembro do ano passado, servem de alerta para comunidades menores onde o crack bate à porta ou já atrai as primeiras vítimas. O único sobrevivente da matança é um menino de 11 anos que fumava pedras com as quatro vítimas.

Flagelo
No vizinho bairro São Jorge, o crack transformou um adolescente de 14 anos em delinquente confesso. Dependente químico desde os 9, ele abandonou a escola, passa o dia pedindo dinheiro em sinaleiras e pratica furtos para comprar pedra. “Isso (o vício) é mais forte do que eu.” Abordado com frequência pela Brigada Militar em pontos de tráfico, o esquelético garoto vai se especializando no crime e não descarta partir para assaltos à mão armada. A família já desistiu do menino. Ele chega a passar noites em claro sob efeito da droga, caminhando por becos como um zumbi ao lado de outros garotos dopados, todos personagens do flagelo social que envereda para graves problemas de segurança pública.

Dependentes praticam delitos em 28 cidades
O crack já estimula a criminalidade entre viciados de 28 dos 46 municípios dos vales do Sinos, Paranhana e Caí, além do litoral e Serra. A maioria dos casos é de delitos de menor potencial ofensivo, como furtos e arrombamentos a residência, que costumam evoluir para assaltos à mão armada na medida em que cresce a dependência. Completam a lista dez municípios com consumo de crack confirmado, porém sem registro de crimes cometidos por usuários, e oito onde a Polícia afirma que a droga ainda não chegou.
Tudo o que os usuários conseguem trocam pela droga. É por isso que, quando a Polícia fecha pontos de tráfico, apreende objetos dos mais diversos. Outra situação alarmante é a prostituição. Cada vez mais meninas fazem programas na região para comprar pedra. Tragédias familiares como mães acorrentando filhos viciados e até homicídios engrossam as estatísticas, como o fato de ontem em Nova Hartz, onde um homem matou o irmão e feriu a mãe porque queria dinheiro para o crack. Subproduto da cocaína, é um veneno químico com maior poder alucinógeno que a maconha e mais barato que a maconha. Uma pedra custa entre 3 e 5 reais.

A situação

Vale do Sinos
- Araricá – De um ano para cá, jovens na faixa dos 14 aos 23 anos arrombam residências e atacam crianças para roubar objetos e bicicletas. Tudo é trocado por crack. A maior incidência é nos bairros Morada Nobre e Imperatriz
- Campo Bom –Um menino de 10 anos já foi detido, no bairro Operário, por praticar furtos para comprar crack. O problema ficou mais sério nos últimos três meses, com uma média de 30 furtos e arrombamentos ao dia.

Outras áreas mais afetadas são os bairros Aurora, Celeste, Vila Rica, Imigrante, Metzler e Paulista
- Dois Irmãos – Os furtos e arrombamentos vêm crescendo desde o ano passado, na mesma proporção que o vício no crack. O consumo é mais denso no bairro São João e Vila Becker, mas os usuários praticam delitos em toda a cidade
- Estância Velha – A Brigada Militar detém com frequência adolescentes na faixa dos 16 anos, sob efeito da droga, após furtos e até roubos de veículos à mão armada.

É um grupo de aproximadamente 20 menores, predominantemente no bairro Rincão dos Ilhéus
- Ivoti – O monstro está se criando, com uma onda recente de arrombamentos em residências praticados por cerca de 15 usuários de crack, dos 15 aos 25 anos.

O consumo e delitos estão mais concentrados nos bairros Morada do Sol, Jardim Buhler e Bom Pastor, mas os dependentes também se reúnem em praças dos bairros Harmonia e Concórdia
- Lindolfo Collor – A Brigada tem aproximadamente 30 usuários documentados, dos 15 aos 20 anos, que ainda não partiram para roubos como forma de manter o vício. Os pontos que exigem maior atenção são o Centro e bairros Feldmann e Capivarinha
- Morro Reuter – Não há vestígios de crack na cidade
- Nova Hartz – A situação começou a se agravar a partir do primeiro semestre do ano passado, chegando hoje a cerca de 50 jovens dependentes do crack.

Alguns estão partindo para arrombamentos em residências e furtos de bicicleta para manter o vício. Outras situações são o vandalismo e violentas brigas.

As áreas mais problemáticas são os bairros Progresso, Campo Vicente, Vila Nova e Canto Kirsch
- Novo Hamburgo – Epidemia descontrolada. São mais de mil crianças e adolescentes furtando e assaltando para fumar crack. Há casos de garotos de 8 anos nessa situação. A cracolândia do beco da Rivera, no bairro Industrial, já é antigo.

Outros pontos estão em vilas dos bairros Canudos, Santo Afonso, Boa Saúde e São Jorge
- Presidente Lucena – O consumo de droga está restrito a maconha e cocaínat Santa Maria do Herval
– A Polícia já fez apreensões de maconha e cocaína, mas não há registro da entrada do crack na cidade
- São Leopoldo – É comum a Polícia deter viciados de 12 anos de idade por furtos e roubos.

De janeiro até ontem, a Brigada Militar já havia apreendido 750 pedras com dependentes e em pontos de tráfico dos bairros Vicentina, São Miguel, Feitoria, Santos Dumont, Rio dos Sinos e Arroio da Manteiga
- Sapiranga – Consumo disseminado em todos os bairros, incluindo o Centro, mas os delitos acontecem mais na periferia, especialmente no bairro Amaral Ribeiro.

Há usuários que já migraram dos delitos de menor potencial ofensivo, como furto de bicicleta, para assaltos à mão armada, especialmente roubos a residênciaVale do Paranhana
- Igrejinha – Oito adolescentes vêm sendo detidos com frequencia por furtos e arrombamentos. O objeto preferido são as bicicletas, facilmente trocadas por crack.

O consumo está mais presente nos bairros Cohab e Sossego, enquanto os focos dos delitos são os bairros Bom Pastor e Figueira
- Taquara – Com casos de pequenos delinquentes que se transformaram em perigosos assaltantes por causa do crack, a maior cidade do Paranhana tem hoje em torno de 40 adolescentes infratores ligados à droga. A maior incidência tanto de consumo quanto de furtos e arrombamentos está nos bairros Empresa e Santa Teresinha
- Parobé – A Rua dos Trilhos, no bairro Guarani, é o principal ponto de consumo. Adolescentes viciados praticam arrombamentos em residências daquelas imediações e também dos bairros Nova Parobé e Alexandria.

A área central também é alvo de furtos em estabelecimentos comerciais
- Três Coroas – Em torno de 20 adolescentes entre 15 e 17 anos vêm sendo detidos nos últimos dois anos pela Brigada com crack. Quase todos praticam furtos, principalmente de bicicleta, e arrombamentos de residência para comprar pedra. Eles fumam nos bairros Vila Nova, Loteamento Pinheirinhos, Linha 28 e Loteamento do Raul e agem em todos os bairros da cidade

- Riozinho – No mês passado, a Brigada prendeu dois jovens de 17 anos com crack na festa de aniversário do município.
Eles estão entre os cerca de 15 usuários conhecidos na cidade, entre 15 e 25 anos, que não têm histórico de delitos em razão da droga

- Rolante – O poder destrutivo do crack é observado no bairro Rio Branco, a três quilômetros do Centro, onde jovens usuários praticam furtos em residências

Litoral

- Imbé – O consumo de crack concentrado nos bairros Nova Nordeste e Operário, a aproximadamente dois quilômetros do mar, acaba resultando no martírio de veranistas dos balneários mais ao norte, como Mariluz, Albatroz, Santa Teresinha e Imara

- Osório – Os bairros Medianeira e Caravagio, à margem da Estrada do Mar, são os pontos mais problemáticos de tráfico e consumo, que envolvem jovens dos 14 aos 18 anos em crimes de furto que se espalham até o Centro
- Santo Antônio da Patrulha

– As principais bocas-de-fumo estão nos bairros Passo dos Ramos, Madre Teresa e Cohab, mas os delitos dos jovens dependentes acontecem em toda cidade, principalmente arrombamentos em residência.

A maioria dos fichados tem entre 16 e 20 anos

- Tramandaí – A maioria dos arrombamentos em casas de veranistas, especialmente nos balneários de Tramandaí Sul e Nova Tramandaí, tem explicação nas bocas-de-fumo situadas em vilas entre as duas localidades e o Centro. Dominados pelo vício, adolescentes a partir dos 12 anos furtam objetos para trocá-los por crack

Vale do Caí

- Alto Feliz – O uso do crack ainda é tímido e não há casos de jovens viciados praticando crimes

- Barão – Apesar da suspeita de consumo de crack, a droga nunca foi apreendida na cidade

- Bom Princípio – Não há ocorrência policial sobre delitos relacionados ao uso de crack, mas a Brigada tem informação de aumento do consumo a partir do início do ano.
Os dependentes são adolescentes na faixa dos 15 anos, que estariam usando a droga nos bairros Bom Fim Baixo e Morro Tico-Tico- Brochier

– Existe a suspeita de um pequeno grupo de usuários se formando na área central, que ainda não teria evoluído para delitos

- Feliz – Os delitos praticados em razão da dependência do crack se intensificaram no ano passado, com furtos no Centro e bairros Matiel, Vila Rica e Vale do Ermes

- Harmonia
– Nunca houve apreensão e não há informação de uso de crack

- Linha Nova – Não há notícia de consumo de crack

- Maratá – A área central seria reduto de usuários, em pequeno número e ainda sem envolvimento com delitos

- Montenegro – O impacto causado na cidade pelo crack no segundo semestre do ano passado gerou, há três meses, a criação de um programa de combate à droga com ações de saúde, educação e segurança.
O consumo e delitos praticados por dependentes estão concentrados nos bairros periféricos à área central, onde já foram descobertos casos envolvendo crianças menores de 12 anos

- Pareci Novo – O crack estaria restrito ao consumo na zona urbana por jovens com mais de 20 anos

- Salvador do Sul – Há casos isolados de furtos cometidos por dependentes e uma apreensão de pequena quantidade de crack há dois anos, com um morador da cidade, que fez tratamento e se recuperou

- São José do Hortêncio – O crack tem cerca de seis usuários na cidade, dos 18 aos 25 anos, que se reúnem à noite em pontos da avenida principal para o consumo, mas ainda não há registro de furtos ou roubos em função do vício

- São José do Sul – Não há traficantes, mas os cerca de 30 usuários do município agrícola de 1,8 mil habitantes buscam crack em Montenegro, Carlos Barbosa e Caxias.

Não há registro de crimes praticados por dependentes

- São Pedro da Serra – Um jovem preso com 20 pedras de crack há dois meses, na localidade de Ponte Seca, e um adolescente de 16 anos que saiu de casa após sucessivos furtos aos pais para manter o vício mostram a realidade preocupante do município de quatro mil habitantes

- São Sebastião do Caí – Com casos mais concentrados nos bairros Navegantes, Conceição, São Martim e Centro, a Brigada conhece aproximadamente 50 usuários do crack, muitos deles furtando até dentro de casa para comprar pedra.

A situação começou a ficar preocupante há um ano
- São Vendelino – Não há casos de consumo de crack registrados

- Tupandi – Nunca houve apreensão e não há notícia de uso de crack

- Vale Real – Jovens e adolescentes aproveitam o tráfico na área de prostituição da RS-452, no limite com Feliz, para adquirir crack. Quando não têm dinheiro, usam como moeda de troca objetos furtados na área central

Serra
Canela – Os bairros Santa Marta, Vila Miná, São Lucas e Canelinha são os redutos do consumo de crack. Os usuários, aproximadamente 30 jovens entre 15 e 20 anos, furtam e até roubam para manter o vício

- Gramado
– A disseminação do crack é evidenciada nos bairros Jardim e Piratini, onde operações recentes da Brigada Militar e Polícia Civil prenderam 13 suspeitos de tráfico

- Nova Petrópolis – Os cerca de 20 usuários de crack da cidade ainda não partiram para o crime.

O consumo está evidenciado no Centro e bairros Vale Verde e Germânia

- Picada Café – Segundo a Polícia, o crack ainda não chegou a Picada Café

- São Francisco de Paula – A situação vem alarmando a cidade, chegando ao extremo de meninas estarem se prostituindo por uma pedra de crack. Adolescentes também estão recorrendo a furtos e receptação para comprar a droga. Adolescentes de 10 anos já estão no vício, mais centralizado nos bairros Cipó, Campo do Meio e Santa Isabel.


Diário de Canoas
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link do postPor anjoseguerreiros, às 12:53 

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