
No ato da inscrição, o aluno teria que ordenar as suas preferências. Quem colocou um curso como primeira opção teria prioridade, mesmo que a sua nota tenha sido menor, sobre outro candidato que escolheu o mesmo curso como segunda opção e não foi selecionado para a sua primeira escolha.
A prova de seleção seria um Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) modificado. O exame passaria a exigir mais conteúdo específico --como os vestibulares tradicionais--, mas priorizando mais a capacidade analítica do que a "decoreba".
Ficaria a critério das instituições realizar uma segunda fase.
O aluno elencaria as suas opções de curso após já ter em mãos o resultado do exame. Isso permitiria ao estudante, até determinada data, mudar suas opções de acordo com a pontuação. Com isso, no segundo ano do novo vestibular, ele já poderia saber a pontuação mínima de quem entrou em determinado curso no ano anterior e ter uma ideia de suas chances de passar.
Reitores que participaram ontem de uma reunião com o ministro Fernando Haddad (Educação) manifestaram a preocupação de que o novo sistema prejudique os alunos que moram em regiões carentes. "Eu avalio a proposta com cautela", disse José Weber, da Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco. Ele falou em "maior disparidade regional".
Seu receio é que, principalmente em cursos mais concorridos, como medicina, alunos de regiões mais ricas, por terem as melhores notas, ocupem as vagas em detrimento dos estudantes do semiárido e, após formados, voltem à terra natal.
A concordância das federais é fundamental para que a proposta do MEC siga adiante. Ao menos 38 reitores já manifestaram à pasta sua aprovação à proposta, mas a decisão é dos conselhos das instituições.
Para acelerar o processo, o MEC se comprometeu a enviar até amanhã um documento com mais detalhes sobre a proposta, como as datas previstas para a realização das provas.
Não foi definido se o início do novo modelo acontecerá neste ano. "Para as universidades que forem adotar só o Enem [como vestibular], 2009 é um prazo exíguo, mas possível. Se houver segunda fase, já fica mais difícil fazer neste ano", disse o ministro. Por outro lado, afirmou, uma alternativa seria antecipar o Enem de outubro para setembro, para viabilizar a medida.
O sistema também poderia ser combinado com ações afirmativas, como as cotas.
Como, com o novo modelo, haveria mais mobilidade de universitários, Haddad prometeu aumentar os recursos destinados à assistência estudantil, usados para moradia e alimentação, dos atuais R$ 200 milhões para R$ 400 milhões.
Também será criada uma comissão para organizar o vestibular com representantes do MEC, das universidades e dos governos estaduais, responsáveis pelo ensino médio.
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