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26.1.09
Pacientes e MP contestam médico acusado de abuso

O jornal O Estado de São Paulo informou hoje, que os pacientes que acusam o médico Roger Abdelmassih de suposto abuso sexual criticaram a linha de defesa do especialista em fertilização. Para o Ministério Público de São Paulo, as alegações do médico são fantasiosas e servem para causar constrangimento às supostas vítimas: “As vítimas merecem pelo menos respeito e vão continuar tendo a proteção do Ministério Público.” Em entrevista, Abdelmassih afirmou que o anestésico propofol, utilizado por ele durante a retirada de óvulos das pacientes, causa “comportamento amoroso” em até 4% dos usuários. Isso poderia, segundo ele, ser uma explicação para as acusações.
Um representante da Sociedade Paulista de Anestesiologia informou ontem que há estudos sobre a possibilidade de diferentes anestésicos causarem “desinibição sexual”, mas enfatizou a segurança do medicamento. “O propofol é considerado uma ótima opção justamente pelo despertar rápido dos pacientes”, explica o vice-presidente da entidade, Desire Callegari.
“E as mulheres que estavam lúcidas? No meu caso, na primeira tentativa em que ele fez, estava totalmente lúcida. Além disso, por que as alucinações ocorreriam somente com ele e não com outras pessoas, como os assistentes?”, questiona a empresária Ivanilde Serebrenic, de 41 anos, uma das pacientes que já depôs na polícia - e uma das poucas que revelou sua identidade.
Segundo Ivanilde, na segunda ocasião em que o médico a teria molestado, após a retirada dos óvulos, os efeitos do sedativo já tinham passado completamente. “Só tive prejuízo ao revelar minha identidade, recebi uma ameaça anônima de processo e advogados ligam para pegar meu caso. Não quero sensacionalismo, não tenho nada a ganhar com isso. Mas espero que outras mulheres se dirijam ao Ministério Público”, disse ainda a empresária. Quanto à possibilidade de uma acareação, a empresária afirma: “Eu gostaria de encontrar o doutor Roger para o ver negar na minha cara o que fez comigo”.
O estado também publicou reportagem, assinada por Fabiana Leite e Karina Toledo, esclarecendo os efeitos do sedativo citado pelo médico. Segundo Roger, estudos comprovariam a frequência de "comportamento amoroso" em 3 a 4% dos pacientes. Dados da agência norte-americana de vigilância de medicamentos (FDA, sigla em inglês) apontam que em menos de 1% dos pacientes, que utilizam o anestésico propofol ,pode ocorrer tal comportamento.
Médicos que têm experiência com o uso do anestésico afirmam que não tiveram pacientes que manifestaram alucinações de conotação sexual ou de qualquer outro tipo. O anestesista e advogado Irimar de Paula Posso, que utiliza a droga há mais de 20 anos e atua em clínicas de reprodução assistida e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP afirma: “Se isto ocorresse, muitas clínicas teriam o problema.”
O dr. Alberto Vasconcelos, da maternidade Pro-Matre afirmou ao jornal: “Não tive experiência de pacientes que tivessem vivenciado sonhos eróticos ou alucinações sexuais. Geralmente eles relatam sonhos bons, sem esta .
Os especialistas consultados dizem que o propofol é um anestésico venoso, de ação rápida e curta duração e que traz menos reações adversas do que as drogas mais antigas, que causavam muitas alucinações, como a quetamina. É utilizado em exames, como a endoscopia, e em diversos procedimentos ambulatoriais.
A bula brasileira do medicamento de referência, o Diprivan, da AstraZeneca do Brasil, alerta sobre a possibilidade de a droga causar, “assim como outros anestésicos”, “desinibição sexual”. O diretor médico da AstraZeneca, José Eduardo Neves, enfatizou que a desinibição sexual é um evento raro. Tanto a Sociedade Americana de Anestesiologia como a Britânica já informaram seus especialistas, a partir de casos reais, que pacientes sob efeito de diferentes anestésicos podem ter alucinações de conotação sexual e depois acusar médicos de abuso. No entanto, a entidade Britânica informou em 2003 que médicos também já se aproveitaram dos efeitos adversos de anestésicos, como amnésia, para abusar dos pacientes.
No Brasil, o pediatra Eugênio Chipkevitch, condenado por abuso sexual de crianças, utilizava o midazolam para facilitar ataques, mostraram investigações.
Segundo http://www.drugs.com/ , que orienta a respeito de medicamentos, o "Amorous behavior"(comportamento amoroso) é uma reação adversa considerada "muito rara".
Há vários depoimentos de pacientes que foram sedadas com Diprivan (propofol), mas nenhuma relata a alteração que o Dr. Roger Abdelmassih utilizada em sua defesa.
link do postPor anjoseguerreiros, às 14:28  comentar

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colaboradores: carmen e maria celia

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