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23.1.09
SÃO PAULO - O peso do guindaste que será usado na demolição do templo da Renascer, no Cambuci, causou afundamento de 10 centímetros no chão do estacionamento da igreja, na manhã desta sexta-feira. A empresa responsável pela demolição deverá agora usar placas de metal para calçar o chão. O guindaste, que chegou ao local no fim da madrugada, pesa 60 toneladas e ainda terá um contrapeso de 20 toneladas.
O afundamento do chão e uma reunião que acontece desde o fim da manhã na 1ª Delegacia Seccional, no centro de São Paulo, causaram atraso na demolição, prevista para começar no início da tarde. Na delegacia estão reunidos o delegado Dejar Gomes Neto, responsável pelo caso, peritos do Instituto de Criminalística (IC) e representantes da Renascer. Na reunião são apresentados todos os projetos de reformas no templo, instalação de ar condicionado e sistema de som, além de autorizações da Prefeitura e documentos do imóvel.
A demolição do templo, que deve durar de 10 a 15 dias, e o uso de dois veículos grandes no local, entre eles o guindaste, preocupa os moradores da região do Cambuci.
Contru: obras eram irregulares
Nesta quinta-feira, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, o diretor de fiscalização do Contru, Silvio De Sicco, confirmou que foram constatadas irregularidades no templo da Igreja Renascer em Cristo que desabou no último domingo, matando 9 pessoas e deixando mais de 100 feridos. Em depoimento ao delegado Dejar Gomes, De Sicco relatou que fez uma vistoria no local em 2007. Na época, segundo ele, não tinha aparelhos de som ou de ar-condicionado nas tesouras do teto. No domingo, depois do desabamento, o delegado afirma que os técnicos do Contru viram dutos de ventilação e aparelho de som diferentes dos encontrados na época da vistoria, além de telhas de amianto. Para o delegado, o Contru cumpriu todos os trâmites necessários para a liberação do local. O alvará do templo havia sido renovado em julho de 2008, sem que fosse feita uma fiscalização pelo órgão no local. Segundo o delegado, o Contru só precisaria rever o imóvel se tivesse sido informado sobre reformas no local.
" Não constatamos nenhuma falha da Prefeitura ou do Contru. Lei só obriga a fiscalizar quando tem alguma denúncia, diz delegado "
O delegado afirmou que o engenheiro e a empresa que fizeram a instalação do novos equipamentos, além da Renascer, podem ser punidos por não cumprir a lei que mandar avisar a Prefeitura em obras como essa.
- Não constatamos nenhuma falha da Prefeitura ou do Contru. Lei só obriga a fiscalizar quando tem alguma denúncia - afirmou Gomes Neto, acrescentando que a polícia agora vai quer saber quando e como os equipamentos foram trocados.
Além de De Sicco, o diretor do Contru, Vagner Monfardini Pasotti, responsável pela fiscalização de imóveis usados por mais de 500 pessoas também foi ouvido. De acordo com Gomes Neto, os dois apresentaram documentos que comprovam que a conduta do Contru no caso foi correta. O delegado contou ainda que, em 2007, De Sicco fez pessoalmente a vistoria do templo - a pedido da Ouvidoria do Município e do Ministério Público. Como não havia registro de reformas, o órgão renovou o alvará no ano passado com base em um atestado de segurança assinado por um engenheiro. A polícia afirma que esse tipo de procedimento é previsto em lei.
Em nota, a Igreja Renascer afirma que aguardará as conclusões das investigações "sobre as causas da lamentável tragédia ocorrida em sua sede mundial" para se pronunciar. A igreja Renascer negou que tenha havido instalação de equipamentos no teto ou alteração do projeto original.
Na última terça-feira, a própria igreja assumiu que uma reforma foi feita no telhado no final do ano passado. De acordo com o secretário municipal de Habitação, Orlando de Almeida, a Prefeitura não foi informada das obras. Gomes Neto, no entanto, afirma que ainda é cedo para responsabilizar a igreja. Representantes da Renascer devem prestar depoimento na próxima terça-feira. Ao todo, 35 pessoas já foram ouvidas, entre vítimas, vizinhos do imóvel e representantes de órgãos públicos.
O delegado afirmou ainda que apenas o laudo do Instituto de Criminalística vai determinar as causas do acidente. Os peritos, porém, não podem trabalhar porque ainda há risco de desabamento no local. A hipótese de sobrepeso, causada pelos equipamentos presos ao telhado, deverá ser averiguada. Os peritos também constataram a presença de telhas novas em meio aos escombros. Parte das telhas é composta de amianto, uma substância proibida no estado de São Paulo há cinco anos. Por causa disso, a igreja foi multada em R$ 2 mil nesta quinta-feira. A empresa responsável pela obra recebeu multa de R$ 12 mil.
A demolição do que sobrou da sede da igreja Renascer foi autorizada no fim da tarde desta quinta-feira pela subprefeitura da Sé. Pelo plano de trabalho aprovado pelo Ministério Público e pela Prefeitura, um guindaste será usado para içar um técnico, que vai retirar individualmente os tijolos da parede que ameaça cair sobre nove imóveis vizinhos.
Duas vítimas do desabamento deixaram a UTI nesta quinta-feira. De acordo com o Hospital São Paulo, a menina Estefanie Banove de Sá, de 8 anos, que teve traumatismo craniano e passou por uma cirurgia no hospital, foi para uma enfermaria e não corre risco de morrer. O mesmo ocorre com Rebeca Martins da Silva, que também deixou a UTI e se recupera bem. Outros dois feridos graves no acidente, Fábio Jodas e Evelise Del Corso, ainda não apresentam melhora significativa. Ao todo, 19 vítimas ainda estão internadas.


link do postPor anjoseguerreiros, às 15:02  comentar

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