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25.5.09
Sem sucesso e fragilizada com a situação, por várias vezes a professora tentou se imaginar com um filho adotivo nos braços, mas como ela mesma diz, “precisava estar pronta para isso não só na cabeça, mas também no coração”.

Até que um dia, ela ficou sabendo do trabalho do Grupo de Apoio Quinta da Casa de Ana, por intermédio da sua mãe. De início, ela participou dos chamados grupos reflexivos, onde psicólogos e assistentes explicaram o que representa a adoção na vida de muitos pais. Após dividir suas dúvidas e angústias com profissionais e outras mulheres, Carla e seu marido buscaram o Cartório do Juizado da Infância e da Juventude, com a documentação necessária, e passaram por uma série de entrevistas.

“Confesso que de certa forma essa etapa foi bastante difícil para mim. Eu já me sentia triste pela situação anterior, às vezes era desestimulante porque eles avaliam a sua vida inteira, seu histórico e testavam a sua capacidade de ser mãe. Agora, pensando melhor, acho que esse trabalho é necessário, é uma forma de comprovar se o casal quer realmente assumir uma criança ou apenas algo passageiro”, relata.

Com a certidão de habilitação à adoção nas mãos, isso em setembro de 2007, o casal foi registrado e ficou na fila de adoção do seu município, Niterói. “Apesar de o número de crianças ser maior em grandes cidades, com a ajuda da ONG também fomos atrás de abrigos e outros lugares principalmente no interior do Alagoas, pois no Sudeste é sempre mais difícil. Não fiz restrições de raça ou sexo, apenas queria uma criança pequena para viver tudo desde o começo. O pessoal da ONG até brincava: você quer mesmo ter que acordar a noite?”, conta.

Certo dia, a professora ficou sabendo da história de João Gabriel, nascido prematuro, com apenas um quilo e 230 gramas. Após dois meses internado, ele saiu do hospital com mais de dois quilos e seu destino iria ser um abrigo, mas Carla preferiu mudar o rumo dessa criança e teve certeza que ele seria seu filho no momento em que o viu.

“Em janeiro de 2008 carreguei ele nos meus braços e foi emocionante. Hoje ele tem um ano e quatro meses, é a razão da minha vida”. Lembrando que muitas crianças permanecem em abrigos apenas em caráter provisório, por isso apenas são aptas para adoção as crianças cujos pais renunciaram à guarda dos filhos ou órfãos.

Se não fosse por iniciativa própria, talvez Carla continuaria a espera de uma criança. Ela ainda está na fila da sua cidade e acredita que, caso não procurasse em abrigos, em menos de quatro anos ela não estaria com uma criança. O filho João chegou antes de ser aprovada a Lei da Adoção, em Agosto de 2008, que pretende facilitar a adoção com algumas medidas, entre elas, prazos menores para os processos, limitado em dois anos, prorrogado em caso de necessidade e a permanência da criança e do adolescente em abrigo por menos tempo.

A restrição por idade, sexo ou raça dificulta o processo de adoção. “Quanto a cor, a justificativa mais freqüente é a revelação da adoção. Adotar uma criança de etnia diferente significa expor a adoção para a sociedade e também, em alguns casos, a dificuldade para ter filhos biológicos. Há também a justificativa da criança se sentir diferente dos familaires e por essa razão apresentar maior dificuldade de adptação”, Cristina Palason Moreira Cotrim, psicóloga forense do Serviço Social e Psicologia do Fórum de São Vicente.

Mesmo assim já se observa pequenas mudanças na opinião dos pais. Segundo a psicóloga, nos últimos anos há muitos casos de adoção de irmãos e crianças de etnia diferente dos pais interessados.

“A faixa etária foi ampliada e também há casos de adoção de crianças com necessidades especiais. Devemos essa mudança ao movimento nacional de adoção que apresentou um grande crescimento nos últimos dez anos. A organização de grupos de apoio a adoção contribui para a construção de uma cultura das adoções necessárias e a quebra de preconceitos e tabus”, acrescenta.

A ONG Quintal da Casa de Ana (http://www.quintaldeana.org.br/), que auxiliou Carla, é uma delas. Além de constar em seu site a situação de várias crianças para adoção, ela também oferece atendimento jurídico e psicológico para as famílias, palestras em escolas e universidades, reuniões entre famílias adotivas ou que pretendem adotar, além do apadrinhamento afetivo, em que homens e mulheres se oferecem para ajudar as crianças de abrigos.

Por Juliana Lopes


Vila Filhos
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