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14.2.09
"Se minha filha foi vítima de agressão, como me disse, ou de um distúrbio psicológico, isso não faz diferença para mim como pai. Não tenho porque duvidar do que ela me contou. Vim a Zurique para ficar ao lado dela e lhe dar toda a assistência possível", me disse há pouco por telefone o advogado Paulo Oliveira.
A filha dele, Paula, continua internada no Hospital da Universidade de Zurique desde a última quinta-feira. Ela ignora até agora o que concluiu os médicos do hospital que a examinaram: Paula não estava grávida quando supostamente foi agredida na noite do último domingo por três neonazistas. E pode ter sido ela mesma a autora das dezenas de cortes em seu corpo.
Paula está com hemorragia desde ontem à noite.
O psiquiatra suíço do hospital que cuida dela aconselhou o pai a tirar o aparelho de televisão do quarto e a não conversar sobre as conclusões da equipe médica que a examinou.
No fim da tarde de ontem, o chefe de polícia de Zurique, Philipp HJotzenkoecherle, procurou Oliveira e lhe propos que ninguém mais falasse com jornalistas sobre o assunto.
Oliveira respondeu que fora obrigado a levar o caso ao conhecimento público porque a polícia, no início da semana, se negara a dar informações até mesmo à embaixadora Vitória Cleaver, responsável pelo consulado-geral do Brasil na cidade.
O companheiro de Paula, o economista suíço Marco Trep, prestou depoimento à polícia ontem à tarde.
A Oliveira, anteontem, no apartamento onde mora com Paula, Trep confessou o receio de também vir a ser vítima dos supostos agressores de sua mulher, que ainda não foram identificados.
"Não falo alemão, Marco fala mal o inglês, mas entendi perfeitamente quando ele se referiu ao receio de ser agredido. Ele o fez duas vezes", relembra Oliveira. Em seguida, Trep mudou-se para a casa de parentes.
Oliveira me confirmou que Paula sofre de lúpus, "uma doença rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada por um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes". Sua gravidez, portanto, era de alto risco, admite Oliveira.
Paula vinha sendo tratada por um especialista na doença, médico do próprio hospital onde ela está internada. Somente ontem à noite, ao perguntar à filha sobre os exames que comprovariam sua gravidez, Oliveira soube que a ginecologista dela era uma médica portuguesa. Paula não revelou o nome da médica porque a situação profissional dela no país ainda é irregular.
- É muito comum por aqui, principalmente entre migrantes, se procurar a assistência de um profissional que ainda não regularizou sua situação, mas que trabalha - justificou Oliveira. "Quando a gravidez evoluissse mais, certamente Paula passaria a se consultar com um médico suíço".

O senhor tem ou viu os exames que comprovariam a gravidez de Paula?

- Não tenho nem vi. Devem estar com ela. Você conhece algum pai que tenha pedido para ver os exames quando a filha lhe comunica que está grávida? Você apenas comemora o fato de que será avô. Eu chorei quando Paula me deu a notícia de que seria mãe de duas meninas. Seriam meus primeiros netos.
A última vez que Paula esteve no Recife com a família foi em outubro do ano passado. Em janeiro, por telefone, ele avisou que estava grávida.
Eunice, mãe de Oliveira, fará 80 anos em abril próximo. Decidiu cancelar a festa que a família planejava porque preferia viajar a Zurique para estar ao lado da neta quando ela desse à luz.
Paula tem uma irmã de 13 anos também chamada Eunice. Desde que soube que seria tia, Eunice vinha comprando roupas para as futuras sobrinhas. Fotografava-as e mandava as fotos para Paula por e-mail.


- O que o senhor acha da conclusão dos médicos suíços de que Paula não estava grávida no momento em que disse ter sido agredida?

Paula ía ser mãe de duas meninas, estou certo disso. Quando ela me acordou com a notícia de que fora espancada, não me disse se havia abortado. O relevante é que ela foi vítima de uma agressão e a polícia está obrigada a esclarecer o caso.


Um dos médicos que examinou Paula admitiu como quase certo, com base em sua experiência, que Paula tenha produzido os cortes que carrega no corpo.

- Ela me contou que foi agredida. Disse que um dos agressores tinha uma suástica tatuada atrás da cabeça. O companheiro dela, que a socorreu no banheiro da estação de trem, confirmou em entrevistas a jornalistas que a história contada por Paula é 100% correta. Ele ficou tão chocado quanto eu. Não tenho razão para duvidar da minha filha.

link do postPor anjoseguerreiros, às 18:51 

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