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19.4.09
Operadoras fazem guerra de ofertas e usuário aproveita e reduz gastos

O Brasil fechou fevereiro com 152,3 milhões de celulares. Isso equivale a uma densidade de 80% da população. Quer dizer que oito em cada dez brasileiros têm celular? Dificilmente. Com a guerra de promoções entre as operadoras, torna-se cada vez mais comum os consumidores usarem dois ou mais chips, para com isso aproveitar as ofertas de diversas empresas e reduzir os gastos.
Essa tendência, que cresce no Brasil, é comum em outras partes do mundo. Em fevereiro, a Argentina tinha 119,2 celulares por 100 habitante. Como o total da população inclui bebês, pessoas que não conseguem falar no telefone ou que vivem em lugares sem cobertura, são muitos os usuários por lá com mais de um chip. Em 2008, a Rússia tinha 120 celulares por 100 habitantes.
Renata Maria da Penha Maranhão, administradora de empresas, têm quatro chips: dois da Vivo (um pós-pago e outro pré-pago), um da Oi e um da Claro. "Gasto muito menos com esses chips", diz Renata. A Vivo está com uma oferta no pré-pago em que o cliente fala um minuto e ganha 10 minutos de graça para ligar para outros celulares da Vivo. A Oi fez uma promoção quando lançou seu serviço em São Paulo em que dava minutos de graça em ligações para fixo e para outros celulares da Oi.
A advogada Juliana Maranhão da Silva, filha de Renata, têm três chips: dois da Vivo (um pré e um pós) e um da Oi. Para ligar para telefones fixos, por exemplo, só usa o da Oi. Ela usa o pré-pago da Vivo para telefonar para familiares e amigos que também são clientes da Vivo. "Quando tinha só o pós-pago, cheguei a gastar R$ 400 por mês", afirma Juliana. Hoje, ela gasta R$ 60 no pós e cerca de R$ 10 em cada pré-pago.
"O número de clientes com mais de um chip não é enorme, não chega à metade da base", explica Hugo Janeba, vice-presidente de Marketing e Inovação da Vivo. "Clientes com esse perfil conhecem as ofertas em profundidade. O consumidor consegue falar 27 minutos com R$ 3, se entender bem os mecanismos das promoções."
Segundo o executivo, existem clientes que têm mais de um chip para aproveitar as promoções, alguns fazem isso para compensar problemas de cobertura das operadoras e outros para ter celulares separados para usos diferentes, como pessoal e corporativo, residencial e pessoal, dados e voz. "Com isso, a densidade do celular no Brasil facilmente passa os 100%", acredita o vice-presidente da Vivo.

TENDÊNCIA
Para Luis Minoru Shibata, diretor de Consultoria da PromonLogicallis, ainda é cedo para saber se essa tendência vai se consolidar, fazendo com que o mercado brasileiro trabalhe de um jeito parecido com mercados de países europeus. "Na Itália, os consumidores compram o melhor aparelho e vão mudando os chips", exemplifica Shibata. "O que a gente enxerga no Brasil é um momento de experimentação, que chega com a portabilidade." Em São Paulo, houve dois movimentos de aumento de competição: a chegada da Oi no fim do ano passado e o início da portabilidade no começo deste ano. Isso aumentou a agressividade das empresas nas suas promoções.
A cabeleireira Marina Lacerda têm dois chips pré-pagos, um da TIM e outro da Oi. "Eu já tinha o da TIM", conta Marina. "Quando a Oi fez a promoção (de lançamento em São Paulo) eu, minha irmã e meu namorado compramos, para falarmos entre nós." Marina acha incômodo ter de trocar o chip do celular, mas diz que compensa, por causa da redução de gastos. "Antes, gastava R$ 50 por mês. Agora, gasto R$ 15."
Roberto Guenzburger, diretor de Segmentos da Oi, afirma que esse perfil de cliente, com mais de um chip, está em linha com a política da Oi de desbloqueio do aparelho de celular. "Já se tornou uma tradição onde a gente opera há mais tempo", diz o executivo. "O cliente quer falar e busca as ofertas com mais benefício de uso."
Guenzburger diz que esse comportamento não prejudica o resultado das empresas. "No ano passado, tivemos rentabilidade muito boa, de 30%", destaca o diretor da Oi. "Enquanto o consumidor está usando nosso serviço, é nosso cliente. Não importa se também tem um chip de outra operadora."
Os consumidores com vários chips chegam a reconhecer as operadoras pelos prefixos dos números, porque muitas das promoções valem somente para ligações entre clientes da mesma empresa. Com a portabilidade numérica, que permite trocar de prestadora e manter o número, a situação se complica. "Foi por isso que criamos o toque Claro", diz Erik Fernandes, diretor de Marketing da Claro, sobre o sinal sonoro que indica que se está ligando para um celular da operadora. "Foi uma das principais dúvidas sobre portabilidade que apareceram em nossas pesquisas: como vou saber quem está na mesma operadora que eu?"


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colaboradores: carmen e maria celia

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