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20.2.09
RIO - O caso da brasileira Paula Oliveira , indiciada pela Justiça suíça após denunciar à polícia que foi atacada por skinheads neonazistas em Zurique, mobilizou diversos leitores do site do GLOBO que vivem na Suíça. Respondendo a uma enquete que perguntava se ela deveria continuar no país ou voltar ao Brasil, muitos disseram que a suspeita de que a história tenha sido inventada por Paula envergonhava os brasileiros. Segundo a carioca Marcia Bäker, que é casada com um suíço há 15 anos e mora na cidade de Winterthur, a reação na Suíça foi de revolta.
A reação de todos é simplesmente de revolta - disse a camareira de 41 anos em entrevista por email - Todos querem que ela seja expulsa da Suíça e nunca mais possa entrar, nem como turista. Mas somente depois que terminar o processo de investigação.
A tradutora Deborah Biermann, de 46 anos, que mora em Berna, disse que a história chocou a Suíça. Segundo ela, que está no país desde 1993, a maioria dos suíços se calou, esperando pelos resultados das investigações sobre o caso.
- Lamentaram o episódio mas, pelo menos no meu círculo, comentaram que a estupidez da moça era muito grande e que as autoridades locais não brincam em serviço. E eles tem razão - afirmou a brasileira por email.
A brasileira disse também que "toda a imprensa suíça está cobrando desculpas" do governo brasileiro, que ameaçou levar o caso à Organização das Nações Unidas por se tratar, supostamente, de exemplo de xenofobia. O paulista Adriano Zeller, que mora há 20 anos na Suíça, disse que além da história de Paula, outro caso pode comprometer a imagem de brasileiros no país.
- No dia 4 de fevereiro, três brasileiros assaltaram uma agência de correios a mão armada, sendo que dois foram presos - contou por email o brasileiro de 60 anos, que mora em Romanshorn e é especialista em pisos de madeira maciça. - Depois deste assalto, mais o caso de Paula, a melhor coisa que nós brasileiros temos que fazer aqui por algum tempo é não se apresentar como brasileiros, pois estaremos muito expostos às brincadeiras de mau gosto.
Mas o mecânico Warlei Alves Pinto, de 19 anos, afirma acreditar na versão de Paula porque alega já ter sido vítima de um ataque racista em Dubendorf. Warlei disse que, aos 16 anos, passeava com um amigo suíço num sábado, quando foi abordado por um grupo de skinheads. Um deles lhe deu um murro na boca.
- Já passei por isso e não tive dúvida da versão da Paula - contou. Paula tem condições de enfrentar interrogatório
Segundo o advogado de Paula, Roger Müller, ela vai ser interrogada por Marcel Frei, promotor que investiga o caso, na próxima semana. O interrogatório será restrito: na sala, só o promotor, uma assistente dele, Paula, o advogado e uma tradutora. A brasileira estaria em condições psicológicas para enfrentar o interrogatório, segundo Müller. Perguntado se ela tem problemas psicológicos, disse:
- Isso é também um fato que não posso comentar. Vai se revelar no decorrer do interrogatório.
Para Müller, as declarações de sua cliente à polícia não têm valor jurídico, pois não foram feitas diante de um advogado:
- Tudo o que foi dito e não dito até agora foi perante à polícia e não ao promotor, na ausência de advogado. Por isso, não tem qualidade de prova.
A Promotoria de Zurique abriu inquérito para apurar se alguém da polícia, ou da própria procuradoria, vazou informações para o "Die Weltwoche" sobre a confissão de Paula. A pena máxima, caso seja constatado que alguém passou a informação, é a mesma que poderá ser aplicada a Paula: multa ou até três anos de prisão.


link do postPor anjoseguerreiros, às 08:19  comentar

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colaboradores: carmen e maria celia

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