
" Para tentar escapar do trote, adolescente correu e acabou atropelado. Ele teve cortes na orelha e foi encaminhado para um pronto-socorro, de onde já foi liberado "
Uma outra aluna do Ascendino Reis registrou boletim de ocorrência por furto. Ela alega que adolescentes vestidos com a camiseta do colégio roubaram o celular dela. Vários adolescentes reclamaram da violência dos trotes. A diretoria da escola afirmou que acionou a Ronda Escolar assim que foi informada dos trotes, o que teria colocado fim às brincadeiras. Ronda será reforçada A Polícia Militar informou que intensificou a Ronda Escolar, especialmente nas escolas públicas e particulares em que o risco de violência é maior. Das 1.200 escolas estaduais da Grande São Paulo, 137 são consideradas vulneráveis pela secretaria de Educação. Mais de 5 milhões de alunos voltaram às aulas nesta segunda-feira. Uma das escolas que receberam reforço na segurança foi a Amadeu Amaral, na zona leste de São Paulo. Apesar das grades e do posto policial ao lado da escola,parte do prédio histórico foi destruído ano passado, durante uma brigade alunos. .O quebra-quebra foi apenas um dos episódios de violência entre alunos da rede estadual no ano passado. Em 411 escolas do estado, as queixas feitas por professores e diretores foram parar na delegacia. A maioria dos casos é de briga entre alunos, desacato aos professores, tráfico de drogas e até porte de armas. Quase sempre, os episódios de violência são registrados no período da tarde.
Nas escolas particulares, o medo também está presente. Há dez anos, um colégio no Paraíso, na zona sul de São Paulo, tinha apenas dois seguranças. Atualmente, são quase 30 e dezenas de câmeras de monitoramento. O presidente da Associação das Empresas de Segurança Privada, José Jacobson Neto, diz que as escolas investem cada vez mais no serviço.
- As nossas políticas de segurança pública precisam melhorar em todos os sentidos. A segurança privada é um sistema integrado, que vem em parceria nesse sentido - afirma Jacobson.
Câmara decide votar criminalização de trote violento
A Câmara decidiu votar nesta semana, em regime de urgência, o projeto que torna crime o trote violento praticado contra os calouros que entram nas universidades. A proposta prevê a abertura de processo contra os estudantes que praticarem o trote, pune a universidade onde houver esse tipo de violência e permite o trote cidadão ou social. O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) foi o responsável por concluir um novo texto para ser votado no plenário usando como base 15 projetos de lei sobre o assunto que estão tramitando na Casa desde 1995. Ele terminou a tarefa nesta segunda-feira.O deputado antecipou as linhas básicas da proposta.
O projeto vai, primeiramente, reconhecer que o trote violento é prática de crime, que pode ser enquadrado como constrangimento ilegal, lesão corporal e homicídio, por exemplo. Além disso, a proposta vai responsabilizar as universidades, se seus alunos forem submetidos à violência em suas dependências.
Pelo texto de Dino, as faculdades serão obrigadas a processar os alunos que praticarem o trote violento. Nessa mesma linha, elas terão a responsabilidade de proteger os seus estudantes. "As universidades serão obrigadas a fiscalizar e, se houver trote violento em suas dependências, receberão sanções", disse Dino. O deputado vai estabelecer multa no caso do descumprimento da instituição. A proposta do deputado vai também criar instrumentos para dar base legal ao trote. Nesse caso, só serão permitidos os que tiverem objetivo social e de cidadania.
Fonte: Agência Estado - 16/02/2009 21:09hs
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