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5.1.09
RIO - Sentado num banco dentro da oca transformada em estação digital Wawã Paju, na aldeia escola de sua tribo, o cacique Benamo olha em volta com uma expressão que não deixa dúvidas: ele gosta do que está vendo. Só não o peçam para entender e usar os computadores. Aquilo é coisa para o filho, Zawandu, para a nora, para os outros jovens da aldeia. Não para ele. Se nem mesmo quis aprender a língua do branco, que dirá mexer naquelas máquinas que fazem aparecer letras numa tela. São coisas da cultura ocidental, que Benamo deixa tão distante dele quanto hoje é a tocha que usava para aliviar a escuridão. Mas respeita. Afinal, o velho cacique (ele não sabe dizer quantos anos tem, mas acha que está entre 50 e 60) entende que para os jovens de sua aldeia é importante ter acesso àquela cultura. Não aprender a usar o computador seria como entrar desarmado no território inimigo.
- Quero que eles aprendam a cultura dos dois lados, do lado dos índios e do lado dos brancos. Eles precisam disso - disse na língua tupi-mondé, tendo o filho Zawandu como intérprete.
A preservação da cultura é uma das preocupações da etnia Zoró. E para recuperar sua história servirão também os computadores, assegura Ligia Neiva, assistente técnica de ensino da Funai, que viabilizou a parceria com a Fundação Banco do Brasil.
- Nas aulas, os jovens índios aprendem a digitar a partir da história de seu povo, contada por um orientador cultural . Eles digitam primeiro na língua tupi-mondé e depois na língua do branco. Vinte alunos já foram capacitados, dos quais 15 índios e cinco moradores da região. Estamos começando novo curso - disse ela.
Para receber a imprensa e mostrar os computadores que ganharam da Fundação Banco do Brasil há cerca de um ano, os índios da etnia Zoró organizaram uma gincana. Enfeitaram de penas a entrada da Aldeia Escola Anguytatua, que fica a mais de mil quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso; vestiram-se com trajes de festa, uns de vermelho, outros de preto, e pintaram os rostos.
Ao todo, segundo informações da Funai, hoje há cerca de 650 zorós. Eles são um povo alegre, simpático. Mas as mulheres se calam diante de qualquer estranho, olham sempre para seus homens se alguém lhes pergunta alguma coisa, dão um sorriso tímido e se afastam.
A manutenção dos computadores está sendo feita pela Funai e uma parceria com a Prefeitura de Rondolândia garante o custo do servidor para o acesso à Internet. E é aí que entra a segunda vantagem da estação digital para os índios. Através de pesquisa, e trocando informações via e-mail, eles vão descobrindo maneiras mais eficazes de garantir seu sustento. Os zoró são extrativistas, vivem basicamente de colher castanha, quase cem toneladas por ano, e descobriram, trocando mensagens, uma forma nova e mais eficaz de secá-la.
Desde 2004, a Fundação Banco do Brasil desenvolve o Programa de Inclusão Digital: atualmente são 243 estações em todo o país.



INFORMÁTICA JÁ CHEGANDO AO ALCANCE DE TODOS!!!!!



FONTE:http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2009/01/05/com-estacao-digital-aldeia-indigena-entra-em-nova-forma-de-comunicacao-com-mundo-587885003.asp
link do postPor anjoseguerreiros, às 12:40  comentar

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colaboradores: carmen e maria celia

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