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11.1.09

No Brasil não existem dados oficiais que determinem a quantidade de crianças e adolescentes desaparecidos anualmente, contudo, dos casos registrados, um percentual de 10 a 15% permanecem sem solução por um longo período de tempo, e, às vezes, jamais são resolvidos. Visando dar visibilidade a esta problemática a Secretaria Especial de Direitos Humanos, desde 2002, constituiu uma rede nacional de identificação e localização de crianças e adolescentes desaparecidos, com o objetivo de criar e articular serviços especializados de atendimento ao público e coordenar um esforço coletivo e de âmbito nacional para busca e localização dos desaparecidos. Hoje há cadastros no site da ReDesap de 1.247 casos de crianças e adolescentes desaparecidos no país. Desde sua criação já foram solucionados 725 casos, sendo que se constatou que uma das causas mais comuns de desaparecimento é a fuga do lar por conflito familiar.
Segundo pesquisas da Universidade de São Paulo, a fuga é provocada geralmente por problemas que a criança e o adolescente enfrenta na família. E, entre eles, o mais visível e grave é a violência doméstica. Há também problemas de relacionamento, como no caso da não-aceitação da orientação sexual do adolescente, problemas na família, etc.
Na opinião de especialistas, não adianta superproteger: a melhor arma é o fortalecimento do diálogo em casa; “Se a criança tiver medo de falar com os pais sobre as coisas que está vivenciando, vai escondê-las, e é aí que mora o perigo.
O coordenador do site da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos — Redesap — estabelece uma diferença entre “fuga do lar” e “rapto consensual: "O rapto consensual é um crime previsto no código penal e consiste em um adulto seduzir um adolescente ou criança para fins sexuais. Nesse caso, a criança é induzida à fuga e dá seu consentimento. Não é forçada, é seduzida. Já a fuga está mais relacionada com uma decisão própria da criança, com menor influência de um agente externo". Os adolescentes fogem mais do que as crianças, porque a fuga envolve maior autonomia: achar um lugar para ficar, articular a ação com algum amigo, empreender uma viagem... Em geral, as crianças são levadas. Há um número grande de crianças que são levadas de casa por um dos pais, sem o consentimento do outro. Isso é comum em processos de separação e também é considerado desaparecimento, porque não há localização do pai nem da criança.
Os casos de seqüestro de crianças por estanhos chegam a 5% do total ou menos. E, entre esses, há dois mais comuns: um é de mulheres que não podem ter filhos e roubam crianças de hospitais; o outro é o dos seqüestros para abuso sexual. E estes costumam ser trágicos, porque geralmente acabam em morte.
Segundo a delegada Marcia Tavares, do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas da Polícia Civil do Estado do Paraná — Sicride, as crianças não conhecem sequer os cuidados básicos para prevenir desaparecimentos (como não aceitar carona de estranhos e ter sempre o telefone dos pais consigo). Esses eram conceitos comuns para a geração que hoje tem 20, 30 anos , mas o fato é que o mundo é mais perigoso hoje. "A minha geração brincava na rua, não tinha essa preocupação enorme que existe atualmente com a violência urbana;há um descuido que chega a ser até mesmo compulsório. Não acontece por desleixo puro e simples. Em geral, a mãe que sai de casa para trabalhar deixa a criança com outro filho maior. É uma negligência forçada. E os pais mal têm contato com os filhos, mal conversam com eles. Essa informação precisa ser disseminada."
Ainda de acordo com a delegada, como a criança fica muito dentro de casa, acaba não recebendo orientação. É como se não fosse preciso avisá-la de nenhum perigo. Os pais não dizem para a criança que ela não pode aceitar carona simplesmente porque ela não sai para a rua. E, quando ela faz isso, está mais desprotegida.
O diálogo e o bom relacionamento entre pais e filhos são a melhor prevenção. Se os pais conversam com seus filhos - e estes têm liberdade para manifestar suas dificuldades e contrariedades com relação aos pais - acabam conhecendo melhor seus filhos, suas companhias, suas atividades e o que fazem na Internet. Já se houver negligência ou, ao contrário, rigidez excessiva, a criança terá medo de falar com os pais sobre as coisas que está vivenciando e vai escondê-las, e é aí que mora o perigo.
O cadastramento dos casos de desaparecimentos é realizado pelas agências executoras da rede, composto por 45 entidades em todo o território nacional, sendo a grande maioria delas Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente. Além do site, parcerias realizadas com a Caixa Econômica Federal, dos Transportes e Correios ampliam os canais de divulgação permitindo a diversificação de públicos que recebem as informações.Assim a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, através da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e Adolescente/ SPDCA, contando com o suporte tecnológico do Ministério da Justiça, vem promovendo a divulgação de diversos casos de crianças e adolescentes desaparecidos em todo o território nacional.
O número nacional para informações sobre crianças desaparecidas é o Disque 100.
link do postPor anjoseguerreiros, às 17:27  comentar

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colaboradores: carmen e maria celia

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