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12.4.09
Por que crianças e adolescentes que têm família estruturada e boas condições financeiras extrapolam os limites do mau comportamento – e o que fazer com eles

Eduardo (alguns nomes nesta reportagem foram trocados para preservar a privacidade) faz 18 anos neste mês, mas ainda não terminou o 2º ano do ensino médio. Ele foi forçado a sair do colégio tradicional e caro em que estudou por 12 anos, em São Paulo, por causa de seu jeito rebelde e agressivo. “Acho que fui o pior aluno da história dessa escola”, diz, sem demonstrar arrependimento. Eduardo até sorri ao listar suas ousadias. Conta que distribuiu apelidos pejorativos e alguns sopapos por motivos fúteis, tumultuou aulas, discutiu com professores, humilhou colegas. “Uma vez, mijei na mala de um moleque.” Os porteiros da vizinhança também já foram alvos de sua malvadeza, na forma de palavrões e ovos.

O que há com esse menino?
Depois da expulsão, pais de seus antigos colegas, num misto de raiva e alívio, telefonaram para a casa de Eduardo dizendo que ele tinha recebido o que merecia. Na versão do colégio, Eduardo não era o líder que imaginava ser. Era apenas um mau exemplo para os demais alunos. O regimento da instituição exige dedicação e disciplina. Além de desrespeitar professores e alunos, o garoto ia mal nas provas e se recusava a estudar. Já tinha repetido dois anos de curso e rumava para a terceira repetência. Então, numa reunião de conselheiros, a decisão foi tirá-lo de cena.
É provável que ambos tenham sua parcela de razão – e de culpa. O fenômeno dos meninos que fogem ao padrão de comportamento põe em xeque a forma como educamos as crianças hoje. A começar pelo papel dos pais e da escola, que anda meio confuso. Algumas décadas atrás, o modelo era claro: os pais falavam, os filhos ouviam; a escola ensinava, os alunos aprendiam. E a rebeldia era tratada com palmada. Hoje, a tônica é procurar o diálogo. Pode-se creditar essa mudança ao processo de democratização, que teria contaminado a dinâmica de poder na família. Ou à onda hippie, que influenciou tantos pais. Ou aos avanços da neurologia, pelas descobertas de que o aprendizado tem muito mais a ver com o prazer que com a disciplina. Ou à disseminação de conceitos da psicologia.
Qualquer que seja a explicação, o fato é que raros pais, hoje, desejam assumir o papel ditatorial que era tão comum nos tempos de nossos avós. Nas escolas, seja por uma mudança cultural, seja pelas leis que protegem os direitos dos alunos, o processo é o mesmo. O problema é que, uma vez tomado o rumo do diálogo, não é mais só a vontade dos pais e professores que conta. E os filhos parecem nascer com uma capacidade de identificar pontos fracos para dobrar, driblar ou tripudiar sobre a autoridade.
O que chama a atenção em casos como o de Eduardo é a dificuldade em explicar sua conduta antissocial. Quando deparamos com notícias como a do menino de 12 anos detido em dezembro, em São Paulo, após ter roubado o nono carro em um ano, tendemos a concluir que ele é um fruto do ambiente em que vive: a pobreza, a falta de perspectivas, as más influências, a estrutura familiar precária. Essas explicações soam bem menos convincentes para entender Eduardo, um rapaz boa-pinta, que se expressa bem, tem uma família tradicional e recebe carinho, mesada, estudo.


link do postPor anjoseguerreiros, às 10:53  comentar

De Anónimo a 14 de Abril de 2009 às 19:47
Pais bem antenados, já deveriam ter iniciado tratamento com filhos que não conseguem seguir nenhuma regra de comportamento.
É notório que Eduardo nasceu psicopata, e a psicopatia é super democrática, ataca ricos, pobres,milionários, brancos,pretos,amarelos.
Sendo rico pode contar com a ajuda de profissionais da saúde mental, fazer uso de medicamentos que não viciam e melhoram a qualidade de vida dele e dos que com ele convivem.
Sendo pobre mais rápido irá para a marginalidade, e terá como final a cadeia ou o cemitério.
Não que isso não vá ocorrer com o rico, até vai, mas se tiver um controle constante, marcação cerrada, pode até passar pela vida sem que isso ocorra.
Para os portadores de transtornos antissociais, tanto faz receberem todo amor do mundo, quanto viver recebendo castigos físicos.
Que droga é esse transtorno !!!
mais droga ainda é não existir um local adequado para tratá-los ou mesmo uma sociedade alternativa, porque entre nós mortais não há quem os aguente.

De Anónimo a 14 de Abril de 2009 às 19:57
"É provável que ambos tenham sua parcela de razão – e de culpa. O fenômeno dos meninos que fogem ao padrão de comportamento põe em xeque a forma como educamos as crianças hoje. A começar pelo papel dos pais e da escola, que anda meio confuso. Algumas décadas atrás, o modelo era claro: os pais falavam, os filhos ouviam; a escola ensinava, os alunos aprendiam."

Ninguém tem culpa por existirem pessoas assim. Eles não tem culpa por terem nascido assim. Seus pais não tem culpa por terem tido uim filho assim.
O que acontecia antes, era que filho com problema era internado no Juquiri, e lá ficavam entre os amontoados de deficientes mentais,esquecidos, apodreciam e morriam sem que jamais recebessem a visita dos pais ou de algum parente.
E ninguém na família comentava que tinha um filho problema, era tudo sussurrado, da mesma maneira que ninguém pronunciava a palavra câncer.
Acabou-se o Juquiri, os transtornados começaram a conviver em sociedade, aumentaram-se os crimes, existe a imprensa que corre atrás de sangue,e com a maravilhosa internet temos a possibilidade de nos interarmos que existe um problema dessa magnetude. Só que ninguém dá uma solução para casos tão deploráveis.

De Anónimo a 14 de Abril de 2009 às 20:04
"E a rebeldia era tratada com palmada. Hoje, a tônica é procurar o diálogo"

Gostaria de saber de quem foi essa frase mais infeliz?
Desde quando palmadas educa alguém?
A única coisa que faz é humilhar as crianças, e fazê-las sentir dor.
O que ocorre com esses indivíduos é uma falha de caráter, algo relacionado aos neurônios,pq ninguém nasce querendo ser um pária na vida.
As donas desse blog deveriam convidar e entrevista a Dra Hilda Morana para falar sobre esse assunto.

De carmen a 15 de Abril de 2009 às 08:47
Cara leitora, antes de mais nada muito obrigada por sua colaboração tão rica.
O nome da dra. Hilda Morana foi muito bem lembrado e vc poderá ver em breve suas colocações no blog.
Quanto a questão abordada na postagem, suas considerações mereceriam ser discutidas passo a passo, mas o espaço não nos permite tal avaliação.
Volte sempre!
Abraços
Carmen e Maria Celia

De Anónimo a 15 de Abril de 2009 às 20:18
hoje em dia tudo é culpa dos pais, ou da família, só que ninguém está levando em consideração as neuras dos professores que tem problemas de saúde, e têm medo de se aposentar com baixos salários, fora a miséria que alguns vivem. Outros dão aula por dinheiro, sem se precoupar se as crianças estão aprendendo ou não, são só números. O que me dizem de uma criança (6 anos)feliz, que sempre foi a escola com alegria, e um dia muda de professora que gritou com ele, e as coisas mudam, se torna uma criança agressiva, rebelde e pede pelo amor de Deus que os pais tomem providências, que a professora é uma tortura. Isso ninguém vê, porque na frente dos pais os educadores são muito legais, é só eles virarem as costas e os professores soltam as feras em cima de crianças inocentes, que não têm como se defender.
Aí falam que a família é desustruturada, e etc. Ninguem assume as culpas, as neuras, as frustações. Na minha opinião, adolescentes que querem surrar alguns professores, tiveram algum problema em relação a algum profissional da área da educação. Não que isso justifique, mas tem muito abuso de poder.
Crianças são só ccrianças, quem estraga são os adultos.

De Maria Célia a 16 de Abril de 2009 às 07:50
Isso pode acontecer sim,não digo que seja em todos os casos.
Muita gente ainda está despreparada para lidar com crianças e adolescentes.
Os pais devem estar sempre ligados e procurar descobrir o problema.
Se for na escola que vá lá e converse com a pessoa responsável e se não der para resolverem que procurem um colégio em que eles possam se adaptar melhor.
Há crianças que necessitam de cuidados diferentes, ninguém é igual a ninguém.
Agradecemos seu comentário
Volte sempre
Maria Célia e Carmen

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