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4.2.09
Em comunicado, o Vaticano exigiu nesta quarta-feira que o bispo Richard Williamson negue "de forma inequívoca e pública" seus questionamentos a respeito da dimensão do Holocausto como um requisito para ser reabilitado na Igreja Católica. O documento afirma também que o papa Bento 16 não sabia do posicionamento do bispo quando suspendeu a excomunhão dele e de mais três bispos tradicionalistas, no último dia 24.
O ato do papa tem sido alvo de discussão entre católicos e judeus e é o último de uma série de episódios que levantaram acusações de antissemitismo contra Bento 16.
Desta vez, a polêmica começou com a reabilitação de Williamson e de outros três bispos excomungados nos anos 80 por terem sido consagrados pelo arcebispo ultraconservador Marcel Lefebvre sem autorização do então papa, João Paulo 2º. Lefebvre liderava, então, religiosos que se opunham às mudanças na Igreja introduzidas pelo Concílio Vaticano 2º, como o fim do uso do latim durante as missas.
O gesto de aproximação com o grupo conservador, no entanto, acabou nublado pela divulgação de uma entrevista concedida por Williamson a uma TV sueca na qual ele questiona o Holocausto. "Acredito que não existiram câmaras de gás e [apenas] entre 200 mil e 300 mil judeus sofreram nos campos de concentração."
O Vaticano logo afirmou que discorda de Williamson e que a decisão de readmiti-lo não tem relação com o episódio.
Nesta terça-feira (3), a polêmica esquentou com as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, que é protestante, exigindo que Bento 16 deixe "bem claro" que rejeita a negação do Holocausto --cerca de 34% dos alemães declaram-se católicos, e 34%, protestantes. Ainda nesta terça-feira, o jornal "Bild", o mais vendido da Alemanha, afirmou que o papa "cometeu um erro grave" e que o "fato de ser um papa alemão torna a questão especialmente ruim".
Na Alemanha, é crime negar a existência do Holocausto.

Outros episódios
Os atritos entre o Vaticano e o judaísmo se acirraram recentemente com a reabilitação dos bispos e, no começo de janeiro passado, com as declarações do cardeal Renato Martino, o presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz do Vaticano, segundo o qual Gaza, sob ataque israelense, assemelhava-se a um "grande campo de concentração".
Em 2007, o papa enfureceu muitos judeus ao suspender restrições a missas em latim com o rito tridentino, que contém uma oração pela conversão dos judeus. A Associação dos Rabinos Italianos decidiu, em resposta à decisão sobre a missa, boicotar as celebrações do dia anual de diálogo interreligioso entre judeus e cristãos, no último dia 17, instituído pelo papa João Paulo 2º como uma forma de combater o antissemitismo.
Outra fonte de atrito entre o Vaticano e Israel é o processo de beatificação do papa Pio 12, que liderou a igreja na Segunda Guerra e é acusado por grupos judaicos de ter fechado os olhos à perseguição nazista aos judeus. Em 2008, Bento 16 barrou o processo que poderia levar o antecessor a ser declarado santo, pedindo um estudo aprofundado sobre o assunto. O atual papa destacou, no entanto, o que chamou de trabalho silencioso de Pio 12 em favor dos judeus, nos tempos do Holocausto.
Fonte: Folha de São Paulo, France Presse, Associated Press e Reuters
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link do postPor anjoseguerreiros, às 13:40 

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