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1.2.09
Com a chegada do bebê, você vai descobrir que, sim, é normal sentir-se feia, com medo e até ter vontade de estrangular seu marido. Mas saiba que é possível contornar essas situações

A mulher que durante nove meses acariciou uma barriga nunca mais será a mesma. Você era filha, era esposa, era profissional, era atleta, era sarada, era, era, era... A partir do primeiro parto, será mãe. Aquele olho no olho assim que o bebê chega é um furacão emocional. Devastador. Passado o susto, depois que você vai para o quarto e tenta entender o que aconteceu, lá vem ele, do berçário, com aquela roupinha que você escolheu para ser a primeira da vida dele.
Pegar um filho no colo pela primeira vez é um choque. Como cabia? Como estava aqui dentro até agora há pouco? Logo, ele vai derrubar a primeira mentira que você ouviu a vida toda: quem falou que a gente não nasce sabendo? Ofereça o peito a seu filho e você descobrirá que os filhotes de humanos podem, sim, vir com o chip da amamentação prontinho. Mas atenção: nem todo bebê pega o peito de primeira, e esse é só um dos mitos e desafios que esperam uma mãe fresca.
Diante do primeiro filho, uma muralha de inseguranças se ergue. Seu corpo é outro. Sua rotina é nova. “Até aquela criatura é ao mesmo tempo tão íntima e tão estranha, tão você e tão decididamente outra pessoa”, como bem explica a psicoterapeuta Lídia Aratangy. Natural, portanto, que você se depare com dúvidas diárias e que, em alguns momentos, queira sair gritando em busca de ajuda. Nessas horas, respire fundo. A seguir, um manual de sobrevivência para você vencer os sete principais desafios desses primeiros dias.
1. Ele precisa mamar!
Que o leite materno é o melhor alimento para um humano recém-nascido não há dúvidas. A comunidade médica, a família, os amigos, todo mundo recomenda, praticamente exige, que a mulher que deu à luz amamente seu bebê. Mas as perguntas parecem não ter fim. Terei leite? Meu leite será forte? O bebê vai conseguir sugar? Fisiologicamente, a possibilidade dessas preocupações se tornarem realidade é bem pequena. O vilão é o estado emocional da nova mãe. O nervosismo e a ansiedade podem influenciar a produção do leite ou o comportamento do bebê. E a mãe tensa por não conseguir amamentar não fará bem nem a ela, nem ao bebê. A mamadeira, nesses casos, pode ser aliada. Já as que conseguem o encaixe perfeito vivenciam momentos inesquecíveis.
O que fazer?
“Um ambiente tranquilo contribui para a amamentação fluir naturalmente. A mãe que se sente apoiada pela família, principalmente pelo marido, desenvolve mais segurança para acreditar que está apta a amamentar seu filho”, diz a psicóloga Denise Magalhães Scudeler, mãe de três filhos. Segundo ela, o período da amamentação é a fase de adaptação entre mãe e bebê e requer disponibilidade integral da mulher às novas descobertas.
2. No meio do caminho tem um marido
Ser mãe fez de você uma pessoa mais doce, mais apaixonada pela vida e, surpresa, com uma imensa vontade de se livrar do marido em algumas situações. Muitas jovens mães pensam em pedir divórcio pelo menos uma dúzia de vezes... ao dia. E isso é absolutamente normal. Noites maldormidas, choros constantes, preocupações, descontentamento com o corpo, cuidados com a casa são apenas alguns exemplos que deixam a nova mãe “à beira de um ataque de nervos”. Muitos maridos simplesmente não entendem o trabalho que dá cuidar de um bebê 24 horas, sete dias por semana. Juntem-se uma mulher estressada e um marido pouco compreensivo e o resultado será uma “explosão” no relacionamento. Nos primeiros três meses após o nascimento do bebê, a relação entre mãe e filho permanece quase tão fechada quanto antes, o que pode ser difícil para o casal. Cabe à mulher permitir que o marido participe desta nova fase.
O que fazer?
“O melhor que o marido pode fazer é ajeitar a almofada, trazer um copo d’água e sumir nos intervalos”, brinca a psicoterapeuta Lídia Aratangy, que considera muito bem-vindo o novo exercício da paternidade. “Pai que dá banho, que põe para arrotar, que derrubou o tabu de que o bebê é só da mãe. Mas ele tem o jeito dele de cuidar do filho, que não é o dela, um jeito masculino de dar banho, de trocar fralda.” A única maneira de desenvolver isso é poder errar sossegado, sem ouvir um pito a cada deslize do exército de mulheres que costuma rodear o bebê: a mãe, a avó, a babá, a madrinha... O homem também pode ser um excelente leão de chácara para filtrar visitas e palpiteiros, e fazer o possível para manter mãe e bebê mais sossegados.
3. Eu ainda sou mulher
Sua principal função e seu objetivo de vida ao se tornar mãe é cuidar do bebê. Esse é o pensamento que toma conta de você no pós-parto e que permanecerá por muito tempo, pois é dessa forma que você se vê. Mas peraí. A primeira providência ao chegar em casa com um bebê no colo é ajustar a sua rotina. Logo você vai perceber o horário que ele desperta, quanto tempo leva mamando e quanto sobra pra você, entre uma mamada e outra, tomar um banho, se arrumar, colocar uma roupa confortável e se cuidar. Nada de ficar de pijama o dia todo. Não foi só seu corpo que mudou, mas seu universo ficou diferente. Só que você não pode se descuidar de você. Num primeiro momento, o corpo está preparado para a maternidade, não sobra muito espaço para a sensualidade. É preciso dar um tempo para isso, um tempo que tem mais a ver com etapas a serem vencidas do que com dias, meses, semanas. A nova mãe deve preocupar-se em cultivar seu papel de esposa e de mulher. E encontrar espaço para fazer coisas que lhe agradam, como ir à academia, ao cabeleireiro, estudar – além de encontrar um tempinho para namorar. Esse é um caminho em direção à felicidade própria e da família.
O que fazer?
“Este não é o momento de estar pronta para seduzir, mas está longe de ser o momento de se descuidar. É a hora da soberania absoluta, da intimidade. Quando a mulher se cuida e se curte nesta fase, sai dela mais forte e bonita, com a autoestima fortalecida”, afirma a consultora de imagem Sabina Donadelli. Para a psicóloga Denise Magalhães Scudeler, o diálogo entre o casal é fundamental neste período. Afinal agora existe entre você e seu marido uma aliança a mais. Além de amigos e amantes, vocês são cúmplices na formação de um ser humano. É através dessas coisas que um casal se mantém vivo e estimulado, condições indispensáveis para que a paixão se reinstale e floresça. Tudo o mais é conversa fiada para vender margarina, xampu e desodorante.
4. De mal com o espelho
Angélica, Fernanda Lima, Carolina Dieckmann e outras famosas, como as gringas Halle Berry, Nicole Kidman, Katie Holmes e até Jennifer Lopes, passam às mulheres comuns a impressão de que os quilos ganhos com a maternidade desaparecem miraculosamente – ficam praticamente na sala de parto. A imagem de mães recém-paridas esbeltas e elegantes abala a autoestima de qualquer cidadã normal, que engorda com a gestação e convive com o inchaço, os seios fartos e o excesso de abdome ainda por um bom tempo. A maioria leva por volta de um ano para que o corpo volte ao original, ou seja, para que entre nas roupas. Ainda assim, a recuperação daquele corpo perdido dependerá da disposição e do tempo que você poderá destinar aos exercícios, que só devem ser retomados após liberação médica. Para piorar, a fase da amamentação dá uma fome danada e não é hora de fazer restrição alimentar. A boa notícia é que amamentar gasta uma caloria louca!
O que fazer?
Assim que o seu médico liberar, comece a fazer ginástica, e em casa mesmo. Há livros e vídeos com sugestões de exercícios para todo tipo de mulher – de pilates à aeróbica. Passear com o bebê por 30, 40 minutos é uma das primeiras recomendações. Além de alongamento, séries musculares e agachamentos, a alimentação equilibrada é fundamental. “É indicado que a jovem mãe coma de quatro a cinco frutas por dia, que servem para quebrar o jejum, ativar o metabolismo e fornecer caloria de excelente qualidade”, diz a nutricionista Cínthia Perine. Outra dica é iniciar o dia com sucos verdes e associar a semente de linhaça dourada, que é fonte de ômega 3 e ajuda a reduzir a gordura abdominal. Para dar uma boa secada, corte o açúcar branco, mas não faça grandes restrições. Ah! Um último conselho: só mude o corte de cabelo se você realmente estiver com vontade. Aquela máxima de que você precisa ter cabelos curtos para ficar mais prático é para quem precisa de desculpa para o desleixo!
5. E o meu emprego?
Essa é uma das questões mais complicadas no pós-parto. Durante a licença-maternidade, as mulheres que trabalham costumam virar um poço de insegurança, com medo de ficarem para trás, de não se atualizarem sobre as novidades de suas áreas de atuação e, pesadelo dos pesadelos, de serem substituídas para sempre. Os especialistas em recursos humanos, porém, garantem: se você tinha a confiança do chefe e dos colegas antes de ficar grávida e durante a gravidez, o fato de ficar fora na licença não significa que será substituída. Até porque é difícil conseguir bons profissionais. Ao final da licença, uma nova dúvida pode aparecer. Aquelas que têm a opção de escolher entre voltar a trabalhar ou trocar a carreira pela maternidade raramente sabem qual é a melhor opção. Ficar, para quem sempre trabalhou, pode dar uma sensação de isolamento. Ir exige suportar uma culpa gigantesca, de quem sabe que vai abrir mão de momentos preciosos. Quem precisa voltar e não tem escolha terá de aguentar aquele aperto no coração que dá olhar aquele ser de 4 ou 5 meses, totalmente dependente, e ter de resolver com quem ele vai ficar.
O que fazer?
Para que você não se sinta tão fora do ninho quando voltar, Camila Mariano, consultora de RH do Grupo Catho, aconselha acompanhar o movimento do mercado, aproveitar para fazer algum tipo de curso online e manter contato com os colegas de trabalho, para saber o que está havendo na empresa. “Não significa trabalhar em casa, mas apenas ter conhecimento básico do que está acontecendo, até para ficar mais tranquila.” Mudar de emprego, alternativa que algumas mães cogitam, especialmente pensando em mudanças de carga horária, deve ser feito com calma. “Se você está bem, mudar pode gerar estresse desnecessário. Você terá de recomeçar, conquistar espaço e, para se livrar de um problema com carga horária, poderá arrumar outro pior.” Se houver possibilidade, tente negociar um horário flexível, mas é importante saber que a cultura da empresa não vai mudar só porque você teve um bebê. E que ninguém se engane: o preconceito com mães que têm filhos pequenos ainda é forte. No último levantamento da Catho sobre objeções à contratação, foram ouvidos 4.100 selecionadores e, para 48% deles, mulheres com filhos pequenos ficam fora da disputa.
6. Eu não tenho o que vestir
A máxima feminina mais repetida na frente do armário, por mais abarrotado que esteja, nunca foi tão válida como no pós-parto. Sair da maternidade com vestido de gestante é desagradável. Mas é comum. Nos primeiros dias, suas roupas de antes da gestação não vão entrar – e talvez demore um tempo para isso acontecer. Primeira providência: nada de desespero. Lembre-se de que é uma fase passageira. Assim, continue com as calças da gravidez, pois disfarçam a barriga e são confortáveis. Camisas com abertura também são ótimas aliadas da amamentação. Uma coisa é certa: você não precisa viver de camisetão e legging.
O que fazer?
Não descarte as roupas que você usou na gravidez, mesmo que não suporte mais olhar para elas. “Pergunte ao médico se você pode usar cinta. Eu usei e achei que dava mais segurança”, diz a consultora de estilo Christiana Francini, autora do livro Grávida com Estilo – Um Manual de Como se Vestir na Gravidez (Ed. Alegro). Outra dica: aproveite suas formas. Invista nos decotes, já que todo seio de mãe nova é farto. Eles ajudam a desviar o foco da barriga. Conforto é a palavra de ordem. Vestidinhos soltos também são válidos, mas esqueça o decote império, aquele que marca a linha abaixo do peito. Ele vai deixar você parecendo ainda grávida. Nenhuma jovem mãe deseja ouvir aquele “Quando vai nascer?” depois que o bebê já chegou... Último toque: sapatos. Os saltos ajudam a realinhar a coluna, mas deixe os altos para usar de vez em quando. Carregar bebê no colo pede pés no chão.
7. Em busca da perfeição
Ser mãe. Você acha que vem se preparando para isso desde que nasceu, que uma mulher só se completa na maternidade e tem de amar o seu bebê acima de todas as coisas. Para onde quer que você olhe, só vê imagens que abordam o lado festivo, o lado luminoso da maternidade. Falam muito da glória de ser mãe, mas deixam pouco espaço para as angústias da maternidade, para o peso da responsabilidade colocado sobre seus ombros (frágeis, muito frágeis!), para a sensação de injustiça que, às vezes, sufoca. Muitos se calam nesta hora. Muito provavelmente você não está se achando nada sublime, nada completa, muito pelo contrário: se cobra, sente-se culpada, incompleta, imperfeita e incompetente. Esqueceram de dizer que você se preparou para ser mãe daquele bebê que inventou. Não este, com vontades próprias, encrencas, necessidades que só ele tem e você terá de adivinhar. Cobrar-se demais, não só neste período, mas durante toda sua vida daqui para frente, não vai fazer bem nem a você nem ao seu filho. Conformar-se com suas limitações e tentar corrigir algumas dificuldades que for constatando pelo caminho farão muito melhor para toda a família.
O que fazer?
“O ‘ideal de mãe’ é o que conseguimos fazer do nosso jeito, é o que está naquele exato momento ao nosso alcance; buscar a perfeição, muitas vezes, nos deixa paralisadas para realizar as pequenas coisas importantes na vida dos nossos filhos”, diz a psicóloga Denise Magalhães Scudeler. Para a terapeuta familiar Juliana Morillo, o medo de não ser uma boa mãe, uma boa esposa, uma boa profissional, uma boa filha, traz como resultado o chamado “complexo da perfeição”. “Após a chegada do filho, as tarefas só aumentam e a ‘mulher perfeita’ se sobrecarrega até o ponto de não aguentar mais, que geralmente é caracterizado por um quadro de depressão ou de estresse intensos.” Perfeição não existe. Portanto, assuma que pode errar, que pode ficar cansada, que pode não querer algo. Tudo isso é sinal de maturidade. E não se acanhe: peça ajuda ao marido, mãe, sogra ou alguém de confiança. É um primeiro passo para livrar-se da busca da perfeição.

" Assim que Manu nasceu, fiquei perdida. Tinha medo de machucá-la, de deixá-la cair. Tomava muito cuidado ao pegá-la no colo... Mas meu grande desafio foi amamentação. Minha mama machucou. No começo, chorava de dor ao dar o peito. Apesar disso, nem pensava em desistir, pois sabia da importância do aleitamento materno. A solução foi tirar leite e dar na mamadeira até o bico curar.” Ariella Cristine Cabezas Piffer, 23 anos, estudante de arquitetura, mãe de Manuella, 2

“ No primeiro mês com a Lotus, foi difícil conciliar bebê, marido e casa. Não tinha tempo para nada! Sem contar que me sentia horrível, não queria ver ninguém. Me escondia do espelho, pois me sentia feia e gorda. O pior era continuar usando as batinhas e calças de grávida depois de dar à luz. Como demorei para emagrecer, o jeito foi esperar para voltar a usar minhas roupas antigas.” Jang Hui Hsin, 30 anos, publicitária, mãe de Lotus, 1 ano e 4 meses

" Quando engravidei pela primeira vez, tinha 21 anos. Estava na faculdade e abri mão de muitos convites. Na segunda vez, aos 26 anos, estava em ascensão profissional. Trabalhava como decoradora e me sentia realizada. Meu ex-chefe não encarou bem a novidade. Para ele, foi como se eu estivesse largando os projetos. Mudei de emprego e comecei a me perguntar com quem iria deixar meus filhos. Foi difícil. É preciso confiar totalmente na babá para voltar a trabalhar sem dramas.” Priscilla de Vitto, 31 anos, decoradora, mãe de Giovanna, 9, e João Pedro, 4

link do postPor anjoseguerreiros, às 19:25 

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